Palocci diz que governos Lula e Dilma eram formados com ‘distribuição de cargos e dinheiro’
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Ex-ministro Antonio Palocci
O ex-ministro Antonio Palocci (Lula e Dilma) afirmou, em sua delação premiada, que os governos dos quais fez parte eram formados a partir da ‘distribuição de cargos e dinheiro’. Ele disse que os partidos novos eram corrompidos a partir do momento em que passavam a se alinhar com o Planalto. Parte da delação de Palocci foi tornada pública nesta segunda-feira, 1, pelo juiz Sérgio Moro, da Operação Lava Jato. Moro anotou que não vê ‘riscos às investigações’. Palocci está preso desde setembro de 2016, quando foi pego na Operação Omertà, desdobramento da Lava Jato. Moro o condenou em uma primeira ação penal a 12 anos e dois meses de reclusão. O termo número 1 de colaboração do ex-ministro foi anexado à mesma ação penal em que ele confessou crimes pela primeira vez. O processo se refere a supostas propinas de R$ 12,5 milhões da Odebrecht ao ex-presidente por meio da aquisição de um apartamento em São Bernardo do Campo e de um terreno onde supostamente seria sediado o Instituto Lula, que teria sido bancado pela empreiteira. Em setembro de 2017, Palocci confessou crimes em depoimento no âmbito desta ação penal, em que atribuiu a Lula um ‘pacto de sangue’ de R$ 300 milhões entre Lula e a empreiteira. Segundo o ex-ministro, os partidos que tinham alguma semelhança ‘programática’ com o PT recebiam as benesses do governo de forma mais ‘moderada’. No entanto, alegou que ‘quando não havia aproximação ideológica, era óbvio que a formação do governo se dava com distribuição de cargos e dinheiro’. Palocci lembrou que ‘para a composição da base de apoio em esfera federal iniciou-se com PSB, PCdoB, PR, PP, PSC, dentre outros e que ‘houve, já em 2004, no período das eleições municipais, um acordo nacional para que os partidos que compunham a base do Governo Federai se apoiassem mutuamente nas eleições municipais mediante acordos políticos e financeiros’.
Fonte:Estadão