Elo mais fraco, PTB deve ficar fora da chapa de Zé Ronaldo em troca de votos para Taíssa Gama por Bruno Luiz
A montagem da chapa majoritária do pré-candidato Zé Ronaldo (DEM) ao governo estadual está gerando uma série de nós que o prefeito ACM Neto (DEM), enquanto condutor das articulações políticas, precisará desatar. Um deles é como acomodar os partidos do arco de alianças e interessados em uma vaga – PSC, PRB e PTB – na composição. Duas vagas estão certas: a do próprio Zé Ronaldo e do deputado federal Jutahy Magalhães Jr. (PSDB), candidato ao Senado. Com isso, sobrarão dois espaços. Portanto, alguém ficará de fora. E, segundo informações apuradas pelo Bahia Notícias, a tendência mesmo é o PTB do deputado federal Benito Gama ser alijado da chapa. Nos bastidores, avalia-se que é difícil que os petebistas vençam a batalha contra PSC e PRB, que têm ao seu lado a força de igrejas evangélicas e um eleitorado com número delicado para se perder. Atualmente, o único nome do PTB para a majoritária é Taíssa Gama, ex-secretária municipal de Política para as Mulheres, e filha de Benito. Apesar de carregar a seu favor o fato de ser mulher, o que contribuiria para formação de uma chapa mais diversificada, a ex-titular da SPM é prejudicada pela falta de expressividade política. Mesmo tendo o sobrenome Gama, tradicional na política baiana, Taíssa não é tão conhecida assim pela população, o que não lhe faria agregar muito na chapa de Zé Ronaldo. Já que o candidato a governador também não é tão conhecido pelos baianos, ter na chapa mais uma desconhecida pode ser prejudicial a Zé. Por isso, procura-se colocar ao lado dele candidatos com maior expressividade ou vindos de uma sigla com boa estrutura partidária, caso do PRB. Nos bastidores, comenta-se que, para acomodar o PTB, Neto pode ajudar na candidatura de Taíssa a deputada estadual, fortalecendo-a com votos no interior. Já entre PSC e PRB, a guerra entre os dois é o mais difícil de apaziguar. As siglas desejam a vaga restante para o Senado na chapa. Para resolver a equação, o prefeito já externou internamente seu desejo ver o deputado federal Irmão Lázaro (PSC) como vice de Ronaldo. No entanto, o partido bate o pé em mantê-lo disputando o Senado, inclusive ameaçando sair com candidatura avulsa, caso o pleito não seja atendido. A questão é que Neto tem suas razões para lutar por Lázaro como vice. Segundo informações apuradas pelo BN, além de negro, o que traria o fator representatividade para a chapa, o pastor é considerado uma figura “leve” para estar ao lado de Ronaldo. A avaliação é de que o PRB, por ser um partido da Igreja Universal, seria “pesado” para o postulante ao Palácio de Ondina carregar. Ligada ao bispo Edir Macedo, a sigla é uma faca de dois gumes. Por um lado, é forte eleitoralmente, já que tem milhões de fiéis. Em contrapartida, há preconceito contra a igreja por parte de outros setores da sociedade, o que poderia afastar eventuais eleitores de Zé Ronaldo. Lázaro, por outro lado, não tem com ele o estigma de ser um nome da Universal e, por isso, não enfrentaria a mesma resistência. A dificuldade do prefeito, agora, vai ser convencer o pastor a ser o parceiro de chapa de Ronaldo. Já no caso do PRB, a questão é a dificuldade de se lidar com os ímpetos do partido. A relação com eles é sempre complicada no quesito arrumação de espaços, pois a legenda sempre tensiona para obter seus pleitos. Por isso, o prefeito precisará lidar com bastante sensibilidade com o PRB, para evitar maiores prejuízos à chapa. Na sigla, o nome mais forte para indicação é mesmo a vereadora Ireuda Silva.
Fante:Bahia Noticis