Rússia pede reunião sobre Venezuela, mas EUA sobem o tom contra Maduro

Foto: Marco Belo/Reuters

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro

A Rússia garantiu neste domingo, 3, que fará todo o possível para evitar uma intervenção militar dos Estados Unidos na Venezuela e disse estar pronta para realizar negociações bilaterais com Washington sobre a questão. Neste domingo, a presidente da Câmara Alta do Parlamento russo, Valentina Matviyenko, se reuniu com a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, e reafirmou o apoio de Moscou ao país sul-americano. “Nos preocupa muito que os EUA possam realizar provocações para que seja derramado sangue (na Venezuela), encontrando assim uma desculpa para intervir”, afirmou Valentina. No sábado 2, o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, havia dito ao colega americano, Mike Pompeo, em uma conversa telefônica, que Moscou estava disposta a um diálogo com Washington. “Em conexão com a proposta de Washington de realizar consultas bilaterais sobre o assunto, ficou posto que a Rússia está pronta para participar disso. É vital (esta discussão) ser estritamente guiada pelos princípios da Carta das Nações Unidas, uma vez que apenas o povo venezuelano tem o direito de determinar seu futuro”, disse o comunicado da chancelaria russa após a ligação – iniciada pelo governo americano. Neste domingo, no entanto, o assessor de Segurança da Casa Branca, John Bolton, voltou a subir o tom contra o governo de Nicolás Maduro e disse que os EUA tentam formar uma “ampla coalizão” internacional para substituí-lo. “Gostaria de ver uma coalizão tão ampla quanto for possível juntar para substituir Maduro, para substituir todo o regime corrupto. Isso é o que estamos tentando fazer”, afirmou Bolton em entrevista à rede de televisão americano CNN. A Rússia e os EUA têm estado em desacordo sobre a campanha liderada pelos americanos, com apoio de países da América Latina, pelo reconhecimento internacional de Juan Guaidó, líder da oposição venezuelana que se declarou presidente interino e pediu eleições antecipadas em seu país. Leia mais no Estadão.

Estadão

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