Escola responde a mãe que questionou contratação de professor trans e post viraliza

Conversa foi compartilhada nos perfis da instituição privada nas redes sociais e acabou repercutindo na web, com mais de 4 mil compartilhamentos

[Escola responde a mãe que questionou contratação de professor trans e post viraliza]
Foto : Divulgação/ Escola Maria Felipa

Por Juliana Almirante

A diretoria da Escola Maria Felipa, localizada em Salvador, contratou um professor trans para dar aulas de capoeira aos alunos e acabou surpreendida com a reação de uma mãe que gostaria de matricular os filhos na escola. A conversa foi compartilhada nos perfis da instituição privada nas redes sociais e acabou viralizando na web, com mais de 4 mil compartilhamentos.

“Não que eu concorde, mas você não acha que isso pode ter diminuído o número de matrículas de vocês?”, questionou a mãe. A diretoria da escola respondeu: “Quem acha que uma pessoa trans, apenas por ser trans, não pode educar seu filho, não merece a nossa escola”.

O professor trans contratado pela escola é Bruno Santana. Ele foi a primeira pessoa trans a se formar em educação física na Universidade de Feira de Santana (Uefs).

Ao Metro1, o diretor da escola, Ian Cavalcante, diz que ficou triste com a pergunta feita pela mãe, mas acabou emocionado e feliz com o apoio recebido nas redes, depois da repercussão do caso.  “A gente trabalha o respeito e valorização de diversidade e combate a qualquer formna de preconceito”, explicou Ian.

Segundo ele, os pequenos de 2 a 5 anos que estudam no local já dão os primeiros passos na vida escolar aprendendo, no dia a dia, que as mulheres devem ser respeitadas e que a questão de gênero vai além da cor da roupa.

Ian não sabe dizer se as matrículas da escola diminuíram depois da contratação do professor trans, mas acredita que a comunidade escolar está alinhada com a forma de pensamento mais diverso. “É algo natural para a gente, a gente verifica se as pessoas utam pelo que a gente acredita”, defende.

A diretoria da escola, que leva o nome da heroína negra da Independência da Bahia, ainda tem base no ensino das matrizes ancestrais além da europeia, como a educação tradicional. “A gente tem posicionamento político e de respectiva critica decolonial, isso significa que a gente valoriza matrizes afro-brasileiras, afro-gestóricas e amerindias”, explica.

 

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