Como o mundo enfrenta o desafio de reciclar o lixo eletrônico
A nossa primeira parada é no continente africano. Aqui, o gigantesco problema do lixo está sendo ainda mais agravado pela chegada do lixo eletrônico. E aqui é importante entender que esse lixo não é somente de smartphones ou computadores que perderam uso. Na África de hoje, até a energia solar virou um problema. Acontece que muitas casas receberam placas fotovoltaicas nos últimos tempos para gerar energia elétrica para populações carentes. Aí, essas placas se somaram aos celulares descartados irregularmente e às baterias, usadas para armazenar energia. O resultado? Uma explosão de lixo eletrônico ou ligado a produtos eletrônicos.
Na nossa terceira parada, um ambiente misto. A Europa apresenta uma mistura de realidades. Desde os países nórdicos, com seus altíssimos índices de reciclagem e descarte organizado, passando pela Alemanha, que participa do mesmo time, até chegar aos países mais pobres do sul, como a Grécia, em que a realidade é bastante diferente e – dá até para dizer – mais parecida com a de países emergentes.
Quarta parada, onde tudo começou. Boa parte da indústria de eletrônicos e, principalmente a indústria digital, nasceu por aqui, nos domínios do Tio Sam. Mas, isso não significa que eles tenham encontrado a solução para quando os aparelhos envelhecem. Aliás, um dos problemas por aqui é que faltam plantas de reciclagem. Apesar do país ter descarte consciente da maior parte do seu lixo eletrônico, boa parte dele precisa ser enviado para a China para a reciclagem. O custo de fazer isso por aqui não compensa. E um dos problemas atuais é que as relações entre chineses e norte-americanos estão estremecidas e um dos setores que já sentiu os efeitos da rusga é justamente o da reciclagem. Os chineses estão aumentando preços e até se recusando a receber os rejeitos gerados pelos norte-americanos. Uma situação que pode ter consequências sérias no médio e longo prazos.
O primeiro tem a ver com o problema dos norte-americanos: não temos muitas indústrias capazes de reaproveitar os materiais retirados dos aparelhos: precisamos mandar boa parte para a China e outros países.
Depois, tem o problema cultural. Alex Pereira é presidente de uma cooperativa que dedica ao trabalho de reciclar lixo eletrônico. E ele entra nesse nosso panorama com uma mensagem positiva.
Uma das melhores maneiras para transformar uma lei em um hábito é justamente levar informação para todo mundo que é afetado por ela. A cooperativa do Alex fica em São Paulo e tanto recebe quanto recolhe qualquer tipo de aparelho eletrônicos ou elétrico. Infelizmente, não existem tantas outras instituições como essa espalhadas por aí. A boa notícia é que, nesse caso, a lei pode e deve ser usada em nosso favor. Acontece que os fabricantes são obrigados a ajudar os consumidores a fazer o descarte correto de seus eletrônicos e eletrodomésticos. E não importa o tamanho: vale tanto para o celular quanto para a geladeira.