“Favorita” em licitação de Centro de Convenções fazia obra quando antigo desabou
Maquete do Centro de Convenções que deve ser erigido no espaço do Antigo Aeroclube
Responsável pela apresentação de uma proposta com valor 21% abaixo do estipulado pela licitação, a empreiteira Metro Engenharia e Consultoria, que lidera um consórcio interessado na construção do novo Centro de Convenções na Orla de Salvador, é a mesma que executava o serviço de revitalização no antigo espaço na Boca do Rio quando ele acabou desabando, em setembro de 2016, o que provocou sua interdição pelo governo do Estado.
O consórcio liderado pela Metro é integrado ainda pela Construtora BSM, a Qualy Engenharia, a BMF Engenharia e a Controltec Engenharia. Além de a proposta, bem abaixo do que o que previsto para a construção da obra pela Prefeitura, ter classificado o grupo em primeiro lugar, no quesito preço, chamando bastante a atenção do mercado de construção na Bahia, outro detalhe tem intrigado especialistas do setor.
É o fato de, segundo eles, o grupo não ter apresentado os atestados técnicos exigidos pela concorrência. Seriam itens de “steel deck”, estrutura metálica e esquadrias em pele de vidro em proporções e medidas tais a que a proposta formulada pelo consórcio não atenderia. Depois da abertura dos valores, assumiu o segundo lugar na concorrência o consórcio formado pela Andrade Mendonça e a Axxo, empatado com um outro da MRM.
O aparente favoritismo do consórcio liderado pela Metro, por causa da proposta de preço mais baixo, teria possivelmente motivado a circulação de uma mensagem apócrifa, distribuída pelo WhatsApp, em que se chama a atenção para o risco de o grupo se tornar vitorioso e assumir uma obra de porte tão grande com destinação pública pela qual circularão milhares de pessoas, quando estiver funcionando plenamente.
Como o governo demorou em apresentar uma solução para o problema na época da interdição do Centro de Convenções, quando anunciou que faria um novo espaço, na área em que funcionou o Aeroclube, a Prefeitura foi bastante elogiada pelo trade turístico. Depois de sugerir vários locais para reerguer o Centro de Convenções, em seguida, a secretaria estadual de Turismo também anunciou que o reconstruiria no Parque de Exposições, na Paralela.
Em 2017, um ano depois do desabamento, um laudo pericial solicitado pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) ao Departamento de Polícia Técnica (DPT), a pedido do jornal Correio, indicou que o desmoronamento ocorreu por falta de manutenção. “(…) a falta de manutenção adequada da estrutura proporcionou efeitos irreversíveis na oxidação do aço, o que causou o rompimento da estrutura no local do acidente”, disse trecho do documento.
Fonte:Politica livre