Polícia mira empresários envolvidos com o tráfico em boates do DF

Duas casas noturnas na capital federal são alvo dos investigadores. Além dos 20 mandados de prisão, são cumpridos 28 de busca e apreensão.

Raimundo Sampaio/Esp Metrópoles
RAIMUNDO SAMPAIO/ESP METRÓPOLES

Duas casas de shows são alvo da Polícia Civil do Distrito Federal na manhã desta segunda-feira (27/05/2019). Segundo as investigações, os donos de duas boates — uma no Pistão Sul, em Taguatinga, e outra no Lago Sul — são suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas sintéticas.

Policiais da Coordenação Especial de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado, aos Crimes Contra a Administração Pública e aos Crimes Contra a Ordem Tributária (Cecor) cumprem 22 mandados de prisão e 28 de busca e apreensão. A ação ocorre simultaneamente em várias regiões do DF, de Goiás e de Minas Gerais. Uma das casas noturnas na mira da polícia é a Yurb (foto em destaque), localizada às margens do Lago Paranoá, no Setor de Clubes Sul.

As investigações foram iniciadas há sete meses. Conforme a PCDF, os suspeitos, que residem em Goiás e Minas, são fornecedores de ecstasy e LSD. Os entorpecentes abastecem a capital do país em larga escala e contam com uma complexa rede de distribuição, utilizando-se, principalmente, de motoristas de aplicativo para a distribuição dos entorpecentes. Há suspeita de que os condutores sabem do esquema e também lucravam com o tráfico.

Empresas também eram usadas para lavar o dinheiro obtido com a venda das substâncias ilícitas. Um dos investigados pode ter ligação com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

Família do tráfico
A primeira fase da operação foi deflagrada em outubro de 2018. A ação da 6ª Delegacia de Polícia desarticulou uma quadrilha de tráfico de drogas especializada na comercialização de entorpecentes sintéticos e cocaína. Os criminosos atuavam na região do Itapoã, Plano Piloto e Samambaia. Doze pessoas foram investigadas.

De acordo com a PCDF, uma família (pai, filho e nora) comandava o tráfico dessas substâncias. Ures Alves de Andrade, 44 anos, Luelson Mateus Diego de Andrade, 22, e Vanessa Sousa do Nascimento, 22, foram presos. Pai e filho têm passagens por tráfico. Eles moravam em uma chácara no Lago Norte.

Segundo o delegado Érico Mendes, a família era proprietária de um bar no Itapoã, usado como fachada para a venda de drogas. “A movimentação no bar incomodava os moradores. A investigação, inclusive, teve início após uma denúncia anônima”, explicou Mendes. “Apuramos que, semanalmente, um integrante da quadrilha ia até Goiânia para pegar as drogas. Eles pagavam cerca de R$ 15 por cada ecstasy e revendiam por R$ 50”, completou.

Duas a cada mês
O uso de LSD e ecstasy tornou-se uma roleta-russa para os usuários de entorpecentes no Distrito Federal. Estudos apontam que, a cada seis dias, uma nova droga sintética surge no mundo. Essas composições inéditas são comercializadas por traficantes como se fossem substâncias conhecidas, e essa estratégia criminosa chegou a Brasília.A Polícia Civil do Distrito Federal tem atestado a tendência, que pode ser mortal para quem consome drogas. Em apenas seis meses, de março a setembro de 2018, os peritos do Instituto de Criminalística (IC) da corporação identificaram 15 novas substâncias apreendidas nas ruas. Ou seja, duas drogas nunca antes vistas por mês, apenas na capital da República.

Fonte: Metrópoles

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