Cratera em Vera Cruz completa um ano e segue sem resposta
Por Alexandre Galvão
Em 30 de maio de 2018 funcionários da Dow Química descobriram uma cratera na ilha de Matarandiba, na Bahia, com 46 metros de profundidade, 69 metros de comprimento e 29 metros de largura. Hoje, um ano depois, o que criou o buraco segue sem explicação e ele continua crescendo. Tem, atualmente, 92,6 metros de comprimento, 41,5 metros de largura e 36,3 metros de profundidade.
De acordo com a empresa, o aumento do comprimento e largura e redução da profundidade é prevista e é característica deste fenômeno geológico. Esta tendência deve seguir até a completa estabilização do terreno, uma vez que, sob o ponto de vista técnico, a tendência é de que as bordas da erosão fiquem do mesmo tamanho que o fundo dela, e hoje a parte inferior ainda possui perímetro maior do que o das bordas superiores. Em sua base mais larga, o sinkhole conta com 120 metros de comprimento”.
Sem uma resposta definitiva para o que causou a cratera, o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) informou que recebeu solicitações de exploração de novos poços pela Dow Química, mas se comprometeu a não conceder novas licenças, salvo para um poço que servirá especificamente para estudo. Os novos licenciamentos não deverão ser concedidos até a conclusão dos estudos prevista pela Dow Química para o ano de 2020.
Localizado nas proximidades de uma vila em Vera Cruz, o buraco tem “poucas chances” de atingir o local, segundo a Dow Química. “A comunidade de Matarandiba está segura, assim como a atual área de exploração de salgema da Dow e os acessos à ilha. Além disso, a formação de um novo sinkhole (vazio subterrâneo) é extremamente improvável nessas áreas. Esta são as conclusões do estudo geomecânico concluído em novembro do ano passado pela Dow. A mesma conclusão foi obtida pela CPRM – Serviço Geológico do Brasil e ambos os estudos foram apresentados à Agência Nacional de Mineração (ANM)”, afirma.
Recentemente a multinacional retirou do local parte dos seus funcionários. De acordo com a companhia, os funcionários foram retirados após uma “decisão conservadora”. “Apesar de os estudos que mostram a remota possibilidade da formação de um sinkhole e das tecnologias de monitoramento em tempo real utilizadas, a Dow adotou uma postura altamente conservadora reduzindo preventivamente – e com efeito imediato – o número de pessoas que trabalham e circulam nas áreas administrativas de nossa operação em Matarandiba e próximas aos poços de extração de salgema desativados na década de 1980 para o mínimo possível, para atender uma das solicitações do Inema. Atualmente, nove funcionários e 21 contratados atuam na operação em Matarandiba”, disse, em resposta ao Metro1.