Para Gilmar, vazamentos ‘anularam a condenação’ de Lula
Em entrevista à revista Época, ministro do STF ainda afirmou que Moro sempre foi o líder da força-tarefa: “O Dallagnol, está provado, é um bobinho”
Por Juliana Rodrigues
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, avaliou, em entrevista à revista Época, que as conversas entre o ex-juiz federal e atual ministro da Justiça, Sergio Moro, e o coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato no MPF (Ministério Público Federal) no Paraná, procurador Deltan Dallagnol, podem anular a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no caso do tríplex.
O magistrado disse acreditar que o conteúdo das mensagens mostra que elas tiveram impacto no andamento da Lava Jato. “Eu acho, por exemplo, que, na condenação do Lula, eles anularam a condenação”, disse o ministro do Supremo, à revista, referindo-se aos trechos das conversas entre Moro e Dallagnol.
Um dos trechos das conversas divulgadas pelo The Intercept Brasil aponta que o procurador disse que iria usar uma “notícia apócrifa” para fazer uma intimação na Lava Jato. Moro, então, responde: “melhor formalizar então”. Mendes avalia a prática como criminosa. “Simular uma denúncia não é só uma falta ética, isso é crime”, afirmou.
O magistrado ainda diz que as conversas apontam Moro como o líder da força-tarefa. “O chefe da Lava Jato não era ninguém mais, ninguém menos do que Moro. O Dallagnol, está provado, é um bobinho. É um bobinho. Quem operava a Lava Jato era o Moro”, declarou.
Fonte: Metro 1