Prefeito e Médico que abusava de mulheres no Ceará chamava pacientes de “bebê”
Segundo as vítimas, José Hilton de Paiva dizia que abusos eram justificados como parte de procedimentos ginecológicos
As imagens foram mostradas para o membro da Associação Médica Brasileira, Diogo Leite Sampaio, que afirmou à reportagem não haver qualquer procedimento médico que se assemelhe ao praticado pelo ginecologista. “Isso é um crime”, resumiu Sampaio.
Uma mulher procurou o acusado por não conseguir engravidar. Ela nunca tinha se consultado com um ginecologista antes, pois foi levada a acreditar que aquilo era um exame legítimo. Segundo o relato da vítima, José Hilton a obrigou a fazer sexo oral nele e a pôs apoiada de costas sobre a maca. “Você tem que me enxergar como médico, não como homem”, teria dito ao cometer os abusos. Ela não denunciou à época e precisa fazer tratamento psicológico até hoje.
“Ele me mandou ficar com a boca aberta, a língua para fora e os olhos fechados. Quando eu percebi, ele tinha colocado o pênis dele na minha boca”, denunciou outra mulher.
José Hilson nasceu no Ceará, mas formou-se em medicina no Rio de Janeiro, em 1966. Entre 1989 e 1992 foi prefeito de Uruburetama pela primeira vez. Chegou a virar notícia pelo Brasil por fazer prestação de contas em praça pública. A esposa dele também ocupou a prefeitura.
O prefeito chegou a processar denunciantes por calúnia e difamação e várias delas desistiram do processo. Questionado sobre o caso, Hilson alegou que nunca fez nada forçado, acusou a oposição de querer sujar sua imagem e saiu ao ser questionado sobre as vítimas. “Perguntou demais”, disse, antes de entrar no carro.
A esposa do prefeito também foi questionada se ela teria conhecimento das violações sexuais. Ela limitou-se a dizer: “Eu quero saber que homem não trai a sua esposa”.
A defesa do ginecologista disse ao Fantástico que só soube do caso por “ouvir dizer” e que vai procurar o Ministério Público para saber da veracidade do material.
Fonte: Metrópoles