Aos 18 anos, Eduardo Bolsonaro ocupou cargo na Câmara enquanto estudava no Rio
Ele ficou no posto por um ano e quatro meses e recebeu mensalmente o equivalente a R$ 9,8 mil por mês
Por Juliana Almirante
Escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro como o nome que será indicado ao cargo de embaixador do Brasil em Washington (EUA), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) já foi beneficiado com outro cargo no mesmo partido ao qual o pai era filiado.
De acordo com reportagem da BBC News Brasil em Londres, Washington e Brasília, publicada hoje (3), ele foi nomeado para um cargo comissionado de 40 horas semanais na liderança do então partido do pai na Câmara dos Deputados, o PTB. Na época, a sigla era comandada por Roberto Jefferson.
A nomeação foi publicada três dias após ser aprovado para o curso de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), quando o filho 03 do presidente tinha 18 anos.
Segundo a reportagem, ele ocupou o cargo por um ano e quatro meses e recebeu mensalmente o equivalente a R$ 9,8 mil por mês, em valores atuais.
A regra que proíbe o nepotismo e impede a contratação de parentes de políticos, só viria cinco anos mais tarde.
Porém, segundo as normas da Câmara dos Deputados vigentes à época, o posto foi ocupado de forma irregular, já que só poderia ter sido preenchido por alguém que desse expediente no Congresso.
O trabalho não poderia ser feito remotamente por um funcionário que vivia a quase 1.100 quilômetros de distância, no Rio de Janeiro, onde Eduardo Bolsonaro cursava normalmente os primeiros semestres da faculdade.
Inicialmente, Eduardo chegou a ser nomeado em dezembro de 2002, para um posto comissionado na liderança do PPB (ao qual o pai era filiado à época, atual PP). O mesmo cargo havia sido ocupado seis meses antes pelo irmão mais velho, Flávio. Este posto também havia sido ocupado anteriormente pela segunda mulher de Jair Bolsonaro, Ana Cristina Siqueira Valle.
Questionado pela reportagem sobre a função na Câmara, Eduardo Bolsonaro demonstrou não se lembrar do seu primeiro emprego público formal.
O presidente Jair Bolsonaro, por meio da assessoria de imprensa da Presidência da República, declarou que não comentaria o assunto.
Fonte: Metro 1