Manuela d’Ávila destaca apoio a Joice, mas cobra posicionamento: ‘Vai pra CPI e fala’

por Jamile Amine / Ailma Teixeira

Manuela d'Ávila destaca apoio a Joice, mas cobra posicionamento: 'Vai pra CPI e fala'

Foto: Jamile Amine / Bahia Notícias

Em Salvador para lançar seu novo livro, “Por que lutamos?”, a ex-deputada federal e candidata a vice-presidente da República Manuela d’Ávila (PCdoB) falou sobre a carta aberta que escreveu para a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP). Na última semana, a comunista usou suas redes sociais para se solidarizar com a parlamentar diante dos ataques que ela vem sofrendo por parte de seus antes apoiadores bolsonaristas.

“É uma carta de sororidade”, frisa Manuela. “Mas é de dizer que existem formas de a gente impedir que isso aconteça com outras mulheres porque não existe como ela apagar as mensagens que o filho dela recebeu”, acrescenta em conversa com os leitores na livraria Leitura, no Shopping Bela Vista, na noite dessa segunda-feira (11).

Na última terça (5), Joice usou a tribuna da Câmara dos Deputados para desabafar sobre a onda de ataques que passou a atingir até seu filho mais novo. Seus familiares viraram alvo bolsonarista depois que ela decidiu se opor ao presidente Jair Bolsonaro (PSL) na disputa sobre a liderança do PSL na Casa (saiba mais aqui). Com lágrimas nos olhos, a parlamentar reconheceu que é vítima “do mais sujo machismo” que um dia negou existir e disse que não vai permitir que sua família passe por isso.

Com a repercussão do discurso, Manuela, então, publicou a carta. No texto, ela lembrou as diversas vezes em que sua família foi alvo de fake news e de consequentes agressões verbais, físicas e ameaças. 

 

Um dos episódios relatados pela comunista ocorreu em 2015, quando sua filha Laura, então com 45 dias, levou um tapa durante um show do pai e marido de Manuela, Duca Leindecker. De acordo com a ex-parlamentar, o agressor pensou que a manta que enrolava o bebê havia sido comprada em Miami, com dinheiro público.

Ao relembrar casos como esse, a comunista avaliou, na noite de ontem, que Joice não passou por algo “tão agressivo”. “Foi uma montagem do corpo dela. Eu tive que ver o meu enteado sendo usado nas fotos, pelo menos não era do filho dela”, compara.

Diante desse quadro, Manuela pediu o apoio da deputada no combate a esses crimes de ódio. “Nós estamos em lados opostos, mas é o seguinte: ‘quer parar com essa baixaria?’. Nós vamos parar juntas, vai pra CPI e fala o que sabe, amiga, porque a sororidade verdadeira não é entre nós duas. Eu já chorei um rio inteiro. Essas lágrimas que ela está chorando, eu choro todas as noites há muito anos”, concluiu.

Joice será ouvida na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que visa investigar as fake news na política, na próxima quarta-feira (20). Além disso, ela conta que vai abrir processos contra seus agressores e levar o deputado federal e filho do presidente, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), ao Conselho de Ética da Câmara.

Fonte: Bahia Noticias

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