Bancos entregam dados em inquérito contra líder de Temer no Congresso
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Líder do governo Michel Temer no Congresso Nacional, André Moura (PSC)
Bancos entregaram à ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, dados de contas de investigados por suposta compra de votos para as campanhas do líder do governo Michel Temer no Congresso Nacional, André Moura (PSC), do senador Eduardo Amorim (PSB) e do deputado estadual Luciano Pimentel (PSB) – este último é investigado em primeira instância. Os ofícios com informações das contas de campanhas e de cabos eleitorais dos parlamentares atendem a ordem da ministra do Supremo, que determinou a quebra de sigilo ao abrir inquérito. Grampos autorizados pela Justiça Federal de Sergipe, base dos dois parlamentares, pegaram uma filiada ao PSC e um cabo eleitoral do partido em eleições posteriores e empresários em supostas tratativas com eleitores do interior do estado. A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, autorizou abertura de investigação no dia 2 de março. As investigações sobre os parlamentares nasceram de um inquérito policial relativo a supostos crimes de pedofilia e prostituição infantil em um bar na região de Itabaiana, interior do Estado, que envolvia bebedeiras e orgias com menores. Com a quebra de sigilo telefônico, a Polícia Civil constatou que investigados também agiam em outras duas cidades sergipanas supostamente para compra de votos. Carira, no sertão de Sergipe, tem pouco mais de 21 mil habitantes e representa o 47.º lugar no ranking de Índice de Desenvolvimento Humano do Estado. No Brasil, está em 4391.º de um total de 5565 cidades à época do Censo de 2010. Nossa Senhora das Dores, de 26 mil habitantes, é o 37.º IDH de Sergipe e 4196.º do Brasil. Nestes dois municípios, grampos telefônicos identificaram cabos eleitorais fazendo supostas negociações por votos para o senador e para o deputado federal. “Os alvos serviam como “intermediários” dos candidatos, recebiam dinheiro, via entrega pessoal ou via conta bancária, sacavam, amealhavam eleitores na cidade de Nossa Senhora de Dores/SE e nos seus Povoados, faziam lista de controle com nomes e valores pagos, quantia entregue juntamente com santinhos contendo a numeração do candidato à governo, à deputado federal e à deputado estadual, mediante o compromisso de voto nos candidatos ‘sugeridos’”, afirma relatório da Polícia Civil do Sergipe. Em boa parte dos grampos, Amanda Mara Souza Chagas, que chegou a ser candidata a vereadora por Carira, aparece, em meio à campanha de 2014, em conversa com outro investigado, em que diz aguardar dinheiro para a compra de votos. ” “Robson liga para Amanda e pergunta como estão os votos. Amanda responde não gostar de “trabalhar sem o TODY” (gíria que designa dinheiro). Robson diz que irá chegar (referindo-se ao dinheiro). AMANDA complementa dizendo que “só não sabe de quem vem”, Amanda acha que eles (Luciano Pimentel, André Moura e Eduardo Amorim) não vão gastar, por estarem vendo as pesquisas. Robson diz que não, pois quem estar “no fogo é pra se queimar””, consta no relatório das escutas telefônicas. Em outra tratativa, a Polícia flagrou suposta negociação por cargos comissionados em troca da arrecadação de votos. “A partir do primeiro minuto de áudio Amanda pergunta a Gabriel se o candidato Luciano Pimentel gostou “dela” (A MANDA). Gabriel responde positivamente. Amanda diz querer um “CC” (cargo em comissão) de Luciano Pimentel. Gabriel diz a Amanda querer falar em particular com ela, para poderem fazer a “LISTA” (de eleitores que receberão dinheiro em troca de votos)”,diz o relatório das interceptações. Luciano Pimentel permanece investigado no âmbito da Justiça Eleitoral de Sergipe. Já André Moura (PSC) e Eduardo Amorim (PSDB), por terem foro, vão se defender no Supremo Tribunal Federal.
Fonte:Politica Livre