Indenização de R$ 230 mil será usada para cuidar de gatos, diz advogada de ação contra construtoras
Ela afirma que a intenção da ação judicial é chegar a um acordo para garantir vida dos animais
Foto : Arquivo Pessoal
A indenização de R$ 230 mil que foi pedida na ação judicial contra duas construtoras de um empreendimento em Salvador será usada para cuidar dos gatos que vivem no empreendimento. Uma audiência sobre o caso está marcada para a quinta-feira (5).
A advogada da Ximene Perez, autora do pedido junto com os colegas João Borges e Yuri Fernandes Lima, disse ao Metro1 que o valor solicitado levou em conta a quantia de R$ 10 mil para cada animal. A reportagem entrou em contato com uma das construtoras e aguarda retorno.
Segundo Ximene, há quatro anos, quando a obra começou, haviam quatro gatos no local. No entanto, como a construtora teria impedido a entrada para resgate dos animais, eles acabaram se reproduzindo.
“A gente pediu 10 mil reais por animal, que será convertido para cuidar desses animais ou para outras instituições de direito animal”, explicou.
A representante dos gatos na ação judicial é a estudante Camila, que é uma simpatizante da causa animal e chegou a retirar alguns animais da obra para fazer a castração.
“Ela conseguiu tirar dois gatos da obra, cuida deles até hoje e sempre teve esse carinho aos animais. Ela conseguiu pegar alguns pelo portão e castrá-los. A relação de Camila com os animais é de uma pessoa que simpatiza com animais e que, no papel dela de cidadã, é de pegar os animais que conseguiu e castrar, e os que não, acabou fazendo essa colônia”, disse Ximene.
A advogada diz que, depois da ação judicial, a empresa responsável pela construção levou parte dos gatos para um abrigo. No entanto, alguns acabaram morrendo depois de ficarem doentes por conta de um procedimento de castração. Outra parte dos gatos segue na obra.
“Os gatos ficaram doentes após a castração e os advogados pegaram os animais, juntamente com Camila, e levaram para clinica veterinária. Gastamos R$ 7 mil com essa internação e só um sobreviveu. Três foram castrados e dois morreram”, detalhou.
Ela afirma que a intenção da ação judicial é chegar a um acordo, porque o maior interesse é a vida dos animais. Ximene justifica que os animais têm direitos que são garantidos pela Constituição.
“O nosso direito animal ainda não é positivado no Brasil. Existem juristas e estudiosos do direito que aprofundam conhecimento para positivar o direito animal. Na nossa Constituição, prevê que fauna e flora devem ser protegidas por todos. Além disso, tem a lei de crimes ambientais que diz que são proibidos os maus-tratos a animais. Isso justifica nossa ação. Os gatos entraram como autores dessa ação, porque Camila é guardiã e não tutora desses animais. Assim como a criança e é inimputável. Ela tem direito de ser representada por adulto, pessoa capaz. Então a partir do momento que Camila está como guardiã, é como se eles tivessem essa caraterística de serem representados por essa guardiã”, declarou
Fonte: Metro 1