Arquivos da Odebrecht contra Lula têm data posterior à apreensão na Suíça
Defesa do ex-presidente Lula protocolou reclamação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra decisões que impediram acesso ao acordo de leniência da empreiteira
Foto : Antônio Cruz / Agência Brasil
A defesa do ex-presidente Lula protocolou ontem (2) uma reclamação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra decisões da 13ª Vara Federal de Curitiba que impediram acesso ao acordo de leniência da Odebrecht.
De acordo com o site Conjur, os advogados Cristiano Zanin e Valeska Teixeira Martins apontam a suposta quebra de cadeia de custódia dos arquivos que sustentam a versão de que a construtora doou R$ 12 milhões ao petista como suborno. Os recursos seriam usados para compra de terreno do Instituto Lula.
O pedido da defesa é baseado em diligências do assistente técnico da defesa juntamente a peritos da Polícia Federal.
No último dia 27, o Conjur apontou que os peritos da PF teriam admitido que os documentos copiados do “setor de operações estruturadas” da Odebrecht podem ter sido adulterados. Os peritos afirmam que não fizeram um cruzamento entre os dados colhidos na Suíça com os apresentados pela Odebrecht.
“Não, tudo bem. O cara tá dizendo assim, eu vou te entregar o sistema com os registros, aí ele vai lá e muda os registros todo e entrega o sistema. Pode? Claro que pode. Claro. O sistema é dele”, afirma um perito da PF em trecho da transcrição.
Em outra parte do diálogo, ele afirma que “tá provado que o arquivo que foi gerado lá, inclusive, tem arquivos com datas posteriores as apreensões que a gente mostra que foram geradas pela Odebrecht”.
Para a defesa do ex-presidente, o fato de os peritos terem admitido a possibilidade dos dados terem sido corrompidos reforçaria a necessidade de ter acesso integral ao acordo de leniência da empreiteira.
Fonte: Metro 1