Globo é proibida de exibir documentos de investigações sobre Flávio Bolsonaro
Justiça do Rio de Janeiro atendeu a pedido do filho do presidente, que é alvo de investigação do MP sobre rachadinha.
A Justiça do Rio de Janeiro atendeu a um pedido feito pelo senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e decidiu proibir a TV Globo de exibir em suas reportagens documentos sigilosos de investigações relacionadas a ele.
O filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é suspeito de liderar um esquema de “rachadinha” em seu antigo gabinete na Assembleia Legislativa do Rio, onde foi deputado até o início de 2019.
A decisão da Justiça do Rio foi expedida na sexta-feira (4). A emissora ainda não se pronunciou sobre a determinação. Flávio, por sua vez, comentou a decisão nas redes sociais, parabenizando sua defesa.
“Acabo de ganhar liminar impedindo a #globolixo de publicar qualquer documento do meu procedimento sigiloso. Não tenho nada a esconder e expliquei tudo nos autos, mas as narrativas que parte da imprensa inventa para desgatar minha imagem e a do Presidente @jairmessiasbolsonaro são criminosas”, escreveu
Entidades que defendem o jornalismo livre criticaram a decisão, a exemplo da ANJ (Associação Nacional de Jornais) e da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo).
“Qualquer tipo de censura é terminantemente vedada pela Constituição e, além de atentar contra a liberdade de imprensa, cerceia o direito da sociedade de ser livremente informada. Isso é ainda mais grave quando se tratam de informações de evidente interesse público”, disse a ANJ, em nota.
“Qualquer tipo de censura prévia inaceitável numa democracia, sobretudo quando o alvo da cobertura jornalística é uma pessoa pública cujo mandato foi outorgado pelo voto, o que lhe traz a obrigação de prestar contas à sociedade”, afirmou o presidente da Abraji, Marcelo Träse.
Nesta semana, o Gaecc (Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção), do Ministério Público Estadual do Rio, concluiu as investigações, também sigilosas, sobre o filho do presidente e encaminhou o caso para o procurador-geral de Justiça do Rio, Eduardo Gussem.
Fonte: As informações são da Folha de S.Paulo.