COVID-19: CPI dá 48:h para o Ministério da Saúde explicar suspensão da vacinação de adolescentes
Um dia após iniciar a imunização do grupo, o Ministério da Saúde recuou e determinou a interrupção da campanha
O requerimento é de autoria do vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). O congressista criticou os argumentos apresentados pela pasta para decidir pela suspensão da campanha.
“A nota diz que a primeira razão é o fato de a Organização Mundial da Saúde [OMS] não recomendar a imunização de crianças e adolescentes com ou sem comorbidades. Em uma rápida pesquisa no site da OMS, o que ela diz é que essa vacinação não é prioritária, por óbvio. Me parece que há uma diferença gigante em não ser prioritário e essa nota do Ministério da Saúde que fala em não recomendar”, explicou.
O requerimento solicita esclarecimentos no prazo de 48 horas. “Com todo respeito a eventuais cientistas que tenham subscrito a nota dizendo que OMS não recomenda vacinação, queria encaminhar aqui requerimento para que no prazo de até 48h o Ministério da Saúde declinasse o fundamento científico dessa nota”, completou Rodrigues.
Entenda
Em nota técnica enviada pela pasta às secretarias de Saúde, o ministério informa que “revisou” a recomendação e justifica que a maioria dos adolescentes sem comorbidades acometidos pela Covid-19 apresentam evolução “benigna”, apresentando-se assintomáticos.
A nota foi publicada no sistema do Ministério da Saúde às 21h30 de quarta-feira (16/9), ou seja, menos de 24 horas após o início da campanha para esse público.
“Os benefícios da vacinação em adolescentes sem comorbidades ainda não estão claramente definidos”, explica no texto a secretária Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, Rosana Leite de Melo.
Além disso, segundo a secretária, a Organização Mundial de Saúde (OMS) não recomenda a imunização de criança e adolescente, com ou sem comorbidades. Este ponto levantou questionamentos dos senadores que integram a CPI.