Novo ensino médio deixa alunos mais satisfeitos e otimistas com futuro
Reforma do ensino médio, criada em lei de 2017, começa a ser implementada no ano que vem, mas alunos de projetos-pilotos estão gostando.
A carga horária também vai aumentar, de 800 horas por ano para mil, o que deve significar um crescimento no período diário de estudo, de quatro para cinco horas. As disciplinas vão se tornar áreas do conhecimento (linguagens e suas tecnologias; matemática e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias; ciências humanas e sociais aplicadas), como já é cobrado no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), e só português e matemática serão obrigatórios nos três anos do programa, com o aluno ganhando protagonismo para escolher em quais outras áreas vai querer focar mais.
Uma pesquisa feita com dois mil estudantes (mil cursando o novo ensino médio e mil que ainda estão no modelo tradicional) a pedido do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e do Serviço Social da Indústria (Sesi) mostrou maiores índices de satisfação e otimismo com o futuro no grupo que já está no novo modelo.
A pesquisa mostrou ainda que 61% dos alunos que estão cursando o novo ensino médio avaliam positivamente o modelo. Entre os motivos para essa avaliação positiva estão “facilita o primeiro emprego devido à capacitação” e as mudanças curriculares. Para 73% desses estudantes, o potencial do novo ensino médio para melhorar a qualificação profissional do Brasil é grande ou muito grande.
A escolha dos itinerários
Entre os alunos que já cursam o novo ensino médio e podem escolher entre cinco itinerários, o de Formação Técnica e Profissional (FTP) é o mais escolhido (26%), seguido por Linguagens (20%), Ciências Humanas (18%), Ciências da Natureza (16%) e Matemática (11%). O que motiva os estudantes a escolherem o itinerário formativo é o interesse em ingressar no mercado de trabalho logo após ensino médio (31%) e a afinidade com o curso superior que desejam fazer (28%).
Sobre a pesquisa
Encomendado pelo Sesi e pelo Senai junto ao Instituto FSB Pesquisa, o levantamento fez duas amostras de mil estudantes cada, uma com matriculados no ensino médio tradicional e uma no modelo novo. Em cada amostra, foram realizadas entrevistas presenciais, representando em cada uma delas uma margem de erro de 3 pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%.
Por sua vez, a amostra do novo ensino médio levou em consideração três redes de ensino, as quais já possuem alunos experimentando a nova estrutura curricular em sua forma plena. Foram entrevistados alunos de escolas da rede pública de São Paulo e Mato Grosso do Sul, bem como alunos da Rede Sesi.
As entrevistas foram realizadas entre os dias 08 e 22 de setembro de 2021.
Devido a poucas escolas privadas já terem aderido ao novo modelo, 94% dos entrevistados estudam em escolas públicas (incluindo a rede Sesi).
Fonte: Metrópoles