Flávio Bolsonaro quer mudança no Coaf: ‘Está meio Frankenstein’
Órgão identificou movimentações atípicas do senador e do antigo assessor Fabrício Queiroz no caso das ‘rachadinhas’
Filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro defende mudanças na gestão do Coaf, órgão que fiscaliza movimentações bancárias suspeitas e importante ferramenta no combate à corrupção e à lavagem de dinheiro.
De acordo com informações da revista Veja, a cúpula do governo pensa em transferir o Coaf do Banco Central para o Ministério da Justiça, pasta à qual já fez parte, sob comando de Sergio Moro. Com a saída do ministro, o órgão foi para o Ministério da Economia e depois para o Banco Central, onde permanece hoje.
“É um banco de dados, então não deveria estar no Banco Central. É o que eu penso, não sei se é o que o presidente pensa. Se fosse pelo que eu penso, já estava fora de lá”, disse Flávio à revista. “O Coaf está em um órgão que virou independente. Para onde vai não sei, mas acho que onde está e por ser independente e da estrutura do Executivo, está meio Frankenstein. Foi para lá, está funcionando bem, mas com a autonomia do Banco Central, não sei se voltar para o Ministério da Economia seria o melhor caminho. Ou da Justiça”, acrescentou.
Segundo a Veja, críticos avaliam que caso o Coaf volte para a Justiça, pasta hoje comandada por Anderson Torres, que é amigo pessoal da família Bolsonaro, o órgão pode ser usado para prejudicar adversários na campanha eleitoral e blindar interesses de pessoas próximas ao presidente. Bolsonaro inclusive já cogitou extingui-lo, por apontar que o órgão é usado para perseguir sua família.
A bronca do chefe do Executivo se dá porque a investigação sobre o caso das “rachadinhas” foi aberta após o Coaf identificar movimentações financeiras atípicas realizadas por Flávio Bolsonaro e o antigo assessor Fabrício Queiroz.
Fonte: Revista Veja