O presidente Jair Bolsonaro (PL) alfinetou nesta terça-feira (18/1) o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro (Podemos), questionando seu trabalho no governo federal. Em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse:
“Olha, depois da saída do cara que tava na Justiça (não vou falar o nome dele aqui), eu acho que quintuplicou apreensão de drogas”. A declaração foi gravada e exibida por um canal no YouTube simpático ao presidente.
A ofensiva contra Moro tem sido preparada pelo atual comandante do ministério, Anderson Torres, delegado da Polícia Federal que comanda a pasta desde março de 2021. O colunista do Metrópoles Igor Gadelha mostrou que Torres levantava dados para ofensiva contra ex-juiz e que um deles era justamente apreensão de drogas.
Outros auxiliares presidenciais também preparam ataques ao ex-juiz, que deve ser adversário do atual ocupante do Palácio do Planalto nas eleições deste ano.
O ex-juiz Sergio Moro comandou o Ministério da Justiça e Segurança Pública entre janeiro de 2019 e abril de 2020.
Moro tornou-se alvo de Bolsonaro e apoiadores bem antes de se tornar pré-candidato. Em abril de 2020, quando deixou o Ministério da Justiça acusando o presidente de tentar interferir na Polícia Federal para proteger a família, o ex-juiz, antes considerado “herói nacional” por Bolsonaro, passou a ser um símbolo de traição para os bolsonaristas.
A relação, antes amigável, torna-se insustentável. Em entrevistas e nas redes sociais, Moro e Bolsonaro protagonizam trocas de farpasRafaela Felicciano/Metrópoles
Após 22 anos de magistratura, o ex-juiz Sérgio Moro, conhecido por conduzir a Lava Jato, firmou aliança com Bolsonaro e assumiu a condução do Ministério da Justiça em 2019Rafaela Felicciano/Metrópoles
A união dos dois se deu pela forte oposição ao ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT)Igo Estrela/Metrópoles
No fim de agosto de 2019, Bolsonaro ameaçou tirar Maurício Valeixo, chefe da Polícia Federal indicado por Moro, do cargo de direção da corporação Rafaela Felicciano/Metrópoles
“Ele é subordinado a mim, não ao ministro, deixar bem claro isso aí”, afirmou, na época, o presidente Rafaela Felicciano/Metrópoles
Em 24 de abril de 2020, Bolsonaro exonerou Valeixo do comando da PF e Moro foi surpreendido com a decisão Rafaela Felicciano/Metrópoles
Indignado, o ex-ministro convocou coletiva para o mesmo dia, quando anunciou a exoneração e deixou o comando do ministério HUGO BARRETO/ Metrópoles
Sergio Moro, então, decidiu se mudar para os Estados Unidos. Lá, escreveu livro sobre os bastidores da Lava Jato e o que viveu como ex-ministroRafaela Felicciano/Metrópoles
Em novembro, o ex-juiz retorna ao Brasil e se filia ao partido Podemos. Pela sigla, lançou-se pré-candidato à Presidência da República Rafaela Felicciano/Metrópoles
A relação, antes amigável, torna-se insustentável. Em entrevistas e nas redes sociais, Moro e Bolsonaro protagonizam trocas de farpasRafaela Felicciano/Metrópoles
Após 22 anos de magistratura, o ex-juiz Sérgio Moro, conhecido por conduzir a Lava Jato, firmou aliança com Bolsonaro e assumiu a condução do Ministério da Justiça em 2019Rafaela Felicciano/Metrópoles