Bolsonarista é denunciado após discurso de ódio contra Lula e religiões de matriz africana
Vereador Romulo Quintino (PSC) publicou vídeo manipulado do petista durante passagem pela Bahia.
O Ministério Público do Paraná foi acionado pelo Coalizão Negra por Direitos para investigar o vereador bolsonarista Romulo Quintino (PSC) por disseminar notícias falsas e promover discurso de ódio contra religiões de matriz africana.
Quintino é também vice-presidente da Câmara Municipal de Cascavel (PR). Ele é acusado por divulgar nas redes sociais um vídeo manipulado, mostrando o ex-presidente Lula (PT) dizendo ter relação com o demônio.
Antes de exibir a montagem, o vereador pede que a peça seja compartilhada com lideranças religiosas. “Aconteceu nesse fim de semana um congresso de lideranças do candomblé da Bahia. E eu quero fazer um pedido para você, bem rápido, para você mandar esse vídeo para o seu padre, para o seu pastor, para o seu líder religioso, para algum amigo seu que diz que é eleitor do Lula”, disse Quintino, na ocasião.
O vídeo original, na verdade, foi gravado em agosto do ano passado, durante um evento com pessoas de religiões afro. Nele, o petista relatava ter sido recebido por mulheres que o presentearam com a imagem da entidade Xangô e que, por isso, oposicionistas diziam que ele tinha “relação com o Demônio”.
Segundo informações da Folha de S.Paulo, na representação ao MP, a Coalizão informou que a disseminação da notícia falsa incita pessoas a mobilizarem líderes religiosos e outras pessoas com o objetivo de indignar e gerar ódio.
“O discurso de ódio identificado no conteúdo que tem grande circulação no ambiente virtual é racista em sua essência, e extrapola os limites da liberdade de expressão. O vídeo e o discurso veiculado nas redes sociais configura abuso de direito, e põe em risco o direito à inviolabilidade do direito de liberdade de crença”, afirma a articulação ao Ministério Público.
Também foi feito um pedido para que o vereador Romulo Quintino seja processado por discurso de ódio racista e compartilhamento de notícia falsa que incita ódio e violência, viola o direito à liberdade religiosa e extrapola os limites do direito à liberdade de expressão. O vereador ainda não se pronunciou sobre a acusação.
Fonte: Bahia.ba