Torcedores do Irã são censurados antes de jogo na Copa por manifestar pelos direitos das mulheres
Eles se posicionaram contra regime.
Um homem e uma mulher estavam protestando antes do jogo Irã contra País de Gales, na Copa do Mundo no Catar nesta sexta-feira (25), quando foram parados pela segurança do evento e foram censurados. O homem carregava uma bandeira do Irã com a frase no meio “Liberdade de vida das mulheres”, e a mulher usava uma blusa com o nome Mahsa Amini e o número 22.
A mulher protestava contra o caso da garota que morreu sob custódia da Polícia dos Costumes Iranianos. Além da blusa, a torcedora usava uma maquiagem escrito “Irã” em seu rosto, mas acompanhada por lágrimas em preto escorrendo dos olhos. Segundo o G1, ainda não houve confirmação se os dois manifestantes são de fato iranianos
O que está acontecendo no Irã?
O país vive ondas de protestos nos últimos dois meses. Essas manifestações vêm ocorrendo como reação à morte da jovem Mahsa Amini, de 22 anos, que foi presa pela Polícia dos Costumes Iranianos por uso inadequado do véu islâmico, que é obrigatório no Irã.
Desde o início dos protestos, logo em setembro, 380 pessoas morreram, incluindo 47 crianças. Segundo o G1, as informações vinham da Iran Human Rights Watch, principal organização de monitoramento das manifestações.
Outros protestantes
No primeiro jogo do Irã, os jogadores não cantaram o hino nacional em forma de protesto. “Não importa o que eles digam, as pessoas querem matá-los. Você imagina estar em um momento da sua vida em que pode ser assassinado por tudo o que você diz? Com certeza temos sentimentos e crenças, e em seu devido tempo, no momento adequado, os expressamos”, afirmou o treinador da seleção, Carlos Queiroz.
No jogo desta sexta, os atletas cantaram o hino normalmente. “Vocês nem imaginam o que esses rapazes estão vivendo a portas fechadas nos últimos dias”, disse Queiroz.
Fora do estádio, outros grupos de torcedores também se manifestaram. Algumas pessoas estavam usando uma blusa com a frase “Mulher, vida e liberdade”, e outros grupos carregavam cartazes pedindo liberdade para o Irã e o fim da república islâmica, que manda no país desde 1979.
Fonte: Bahia.ba