Pesquisa Datafolha frustra a direita e empolga a esquerda
Noticiou-se até que a cúpula da sua candidatura encaminhava-se para uma conduta mais equilibrada, mesmo com Bolsonaro fazendo apologia à violência, com o gesto de quem empunha uma arma, no leito do hospital. Circularam também notícias dando conta de migração de investidores para a sua candidatura, de Wall Street à Avenida Faria Lima, o centro financeiro paulistano. Ainda como parte desse movimento, saiu a pesquisa do banco BTG-Pactual, na manhã em que o Datafolha saiu a campo para medir as intenções do eleitorado, apontando Bolsonaro atingindo o patamar de 30%.
O destaque positivo dos esperados números do Datafolha foi o crescimento de Fernando Haddad, de 4% para 9% – o candidato que mais cresceu –, empatando tecnicamente com os demais que ocupam o segundo lugar (Ciro Gomes, Marina Silva e Geraldo Alckmin). Ressalte-se que esse salto se deu antes da oficialização da chapa Haddad presidente e Manuela D’Ávila vice.
Houve ainda a atuação da Justiça Eleitoral, que impôs uma série de restrições para impedir ou dificultar a aparição da imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na propaganda eleitoral, mesmo ele não sendo apresentado como candidato. Outro fato positivo foi o crescimento da candidatura de Ciro Gomes, também campo progressista, de 10% para 13%.
Em contraste com esses dados, a situação de Geraldo Alckmin permanece estacionária. Praticamente estagnado, oscilou de 9% para 10%. Passados dez dias de propaganda eleitoral no rádio e na televisão, o tucano revelou que não tem potencial, pelo menos até agora, de cumprir a promessa de decolar com a ampla exposição das suas propostas. A fragmentação de candidaturas no campo conservador continua sendo uma barreira para o seu crescimento. Além dos percentuais de Bolsonaro e Marina Silva (que declinou 5%), há as candidaturas de Álvaro Dias, Henrique Meirelles e João Amoêdo, todas flutuando em torno de 3%.
Chama a atenção, também, a queda de votos brancos e nulos, de 22% para 15%, um indicativo de que o eleitorado começa o movimento de fazer suas opções. Como Haddad foi o que mais cresceu, ao passo que Bolsonaro estagnou, é possível prognosticar que Alckmin retome a sua tática de campanha de atacar o líder da pesquisa, interrompida com o episódio de Juiz de Fora. Por sua vez, o crescimento da candidatura de Haddad, às vésperas da sua oficialização, é um fator a mais para intensificar o movimento de transferência de votos do ex-presidente Lula para a chapa progressista.
Fonte: Do Portal Vermelho