‘O Estado brasileiro matou Marielle’, afirma viúva da vereadora
“A política não aceita uma mulher preta, favelada, lésbica. Esse contexto é dramático é pode colocar outras vidas em risco”, declarou ela, em entrevista a Mário Kertész
Por Matheus Simoni e Alexandre Galvão
Viúva da vereadora Marielle Franco (PSOL), a arquiteta Mônica Benício afirmou que o Estado brasileiro matou socialista. O crime completou nove meses e ainda não há uma resposta sobre a autoria dos assasinatos da edil e do motorista dela, Anderson Gomes.
“No meu entendimento, por mais desafiador que ela fosse, não tinha algo concreto que justificasse essa barbárie. Errou-se pouco no assassinato da Marielle e do Anderson. O Estado foi quem matou Marielle. A política não aceita uma mulher preta, favelada, lésbica. Esse contexto é dramático é pode colocar outras vidas em risco”, disse, em entrevista a Mário Kertész, na Rádio Metrópole.
Mônica disse ainda achar “estranho” apontar envolvimento do vereador Marcelo Siciliano (PHS) no caso. “Eu conheci pouco o vereador. Nunca fui apresentada. Sinceramente, desde o início nunca me convenceu muito. Todas as linhas de investigação, devem ser perseguidas para ser identificada e não ter um bode expiatório. A história dele não me convence muito”, declarou a viúva.
Mônica Benício disse ainda dedicar sua vida à investigação da morte de sua mulher. Ela ainda disse que acredita em “empecilhos internos” para inviabilizar a investigação por parte da polícia do Rio de Janeiro.
“Minha vida nesse momento está dedicada a isso. Se eu não tivesse esperança ou convicção, a gente não estaria nem conversando nesse momento. É uma vergonha internacional, teve repercussão mundial, esse assassinato passou as fronteiras do nosso país. O ministro Raul Jungmann está empenhado com a Polícia Federal, não teve situação positivas, até que a PF entra com uma investigação sobre a investigação para ver se tem empecilho interno, coisa que acho que pode existir sim. A forma da execução da Marielle é fácil de ver que tem gente do Estado, tem figura política poderosa”, afirmou.
Fonte:Metro 1