Bolsonaro distribui cartilha com procedimentos que ele não seguiu como político

Futuros ministros também já violaram orientações expressas no documento ao longo de suas trajetórias

Redação
Foto: Sérgio Lima/Poder 360
Foto: Sérgio Lima/Poder 360

A cartilha distribuída pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) na última quinta-feira (27) a seus ministros inclui procedimentos que ele mesmo não seguiu ao longo de sua carreira pública.

Segundo a Folha, o manual apresenta entre os temas normas sobre a concessão de auxílio-moradia e nepotismo, com indicações diferentes daquelas que ele seguiu durante mais de 20 anos como deputado federal.

Sobre o auxílio, o documento explica que receberão ajuda aqueles que não tiverem apartamento próprio na cidade em que atuarão.

Como mostrou a Folha em janeiro, Bolsonaro recebeu verba da Câmara desde outubro de 1995, ininterruptamente até o primeiro semestre deste ano.

“O auxílio moradia pode ser concedido (…) quando não existir imóvel funcional disponível para uso pelo servidor; o servidor ou seu cônjuge não ser proprietário de imóvel na cidade onde for exercer o cargo; o cônjuge não ocupar imóvel funcional e existência de disponibilidade orçamentária”, consta no manual, que cita legislações que foram utilizadas como referência.

Lei federal que trata de ajuda para moradias a ministros veda o recebimento de benefício por aqueles que têm imóvel próprio na capital federal. Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente eleito, contudo, também recebeu o benefício da Câmara.

Ao todo, pai e filho embolsaram até dezembro do ano passado R$ 730 mil, já descontado Imposto de Renda. O futuro ministro da Justiça, Sergio Moro, também recebeu durante anos o benefício como juiz federal, mesmo tendo apartamento próprio na cidade em que trabalhava, Curitiba (PR).

Fonte:Bahia.ba

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