A defender a aliança com o Centrão,Bolsonaro diz “Senta na minha cadeira e governa sem voto do Centrão”
Presidente voltou a defender aliança com o bloco e a nomeação do senador Ciro Nogueira (PP-PI) para a Casa Civil.
O Centrão é um nome dado a um bloco de partidos de centro e centro direita que foi alvo de críticas por Bolsonaro durante a campanha eleitoral em 2018, mas que, como ocorreu em todos os governos desde a redemocratização, hoje constitui a base do governo no Congresso Nacional.
“Olha, senta na minha cadeira aqui e governe sem o voto de mais metade dos parlamentares, que estão aí do dito Centrão. Governe sem eles”, disse Bolsonaro em entrevista à Rádio ABC, de Novo Hamburgo (RS).
Bolsonaro busca o apoio do Centrão para aprovar, por exemplo, uma reformulação no Bolsa Família. Ele quer que o valor médio do benefício seja ampliado, passando de R$ 192 para R$ 300. A mudança é uma das cartas que tem na manga para sua campanha à reeleição em 2022.
“Em 90% do que eu quero fazer em Brasília, eu dependo do Parlamento, como, por exemplo, agora eu preciso corrigir o Bolsa Família. A média está em R$ 192. Como eu vou corrigir? Porque a inflação está aí”, pontuou.
Críticas ao Centrão
Em 2018, Bolsonaro disse que dirigentes do Centrão representavam a alta nata de tudo o que não presta no Brasil” e defendeu que a base de apoio no Congresso fosse composta pelas chamadas bancadas temáticas. Depois de falhar na tentativa de negociar via bancadas, a partir de 2020 ele fez uma aproximação com o bloco em busca de governabilidade.
Durante a campanha eleitoral em 2018, em uma convenção do PSL que oficializou a candidatura de Jair Bolsonaro à Presidência da República, outros assessores presidenciais também foram críticos ao Centrão.
O atual ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, cantou uma paródia do samba “Reunião de Bacana (Se Gritar Pega Ladrão)”, do cantor Bezerra da Silva: “Se gritar pega Centrão, não fica um, meu irmão”, substituindo a palavra “ladrão”, da letra original, pelo nome dado ao bloco partidário.
A paródia fazia referência à aliança de Geraldo Alckmin (PSDB) com partidos do Centrão. Recentemente, Heleno disse ter mudado de opinião sobre o grupo
Fonte: Metrópoles