A família acima de tudo, Deus acima de todos
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A família Bolsonaro e a multiplicação dos “Zeros”
Estima-se que quem votou em Jair Bolsonaro acreditando que ele daria um jeito no país em que os políticos habituaram-se a defender seus próprios interesses em detrimento dos da população deva andar atordoado.
Não há nada mais demasiadamente pessoal do que querer forçar a nomeação de um dos seus “Zeros” para a Embaixada do Brasil nos Estados Unidos, o mais importante e delicado posto da diplomacia brasileira no exterior.
Portanto, não há nada mais adequado para ser denominado de “velha política” na administração do atual presidente do que seu propósito claramente antirepublicano de elevar ao posto alguém sem credenciais para assumi-lo.
Neste lance, se vê o presidente desabridamente atuando para construir uma situação que satisfaça um propósito meramente íntimo, obscurecido por uma pessoalidade que se presta às mais diversas e escusas especulações.
Mais obscuro do que o pai antes das eleições, Eduardo Bolsonaro, ao falar pela primeira vez sobre o plano parental-filial travestido de missão política para o seu futuro, disse que conviveu com o frio do Maine e fritou hambúrguer.
Poderia ter, inclusive, dito isso em inglês ou espanhol que não faria a menor diferença, porque saber se exprimir em outras línguas não significa absolutamente nada quando efetivamente nada se tem a dizer nem justificar.
Não importa a Bolsonaro que o empurrão que pretende dar na carreira do filho usando para isso a estrutura do Estado possa atrapalhar a reforma da Previdência que deverá chegar no mesmo período para apreciação dos senadores.
Nem o preço que o país pagará para que viabilize seu intento em meio a senadores que, senhores do toma lá dá, aproveitarão a excelente oportunidade para tirar do país o possível e o impossível a fim de aprovar a nomeação.
Até para mostrar-lhe que não pode se desviar da rota com que acenou para os brasileiros que apostaram em sua eleição, seria interessante que os eleitores de Bolsonaro lhe fizessem chegar seu descontentamento com tamanho abuso.
O apoio à hashtag SenadoVetaEduardo, cuja defesa talvez leve à demissão de Danilo Gentili do SBT, pode ser um bom caminho, entre tantos que se pode utilizar, para chamar o presidente à realidade.
Fonte: Politica Livre