Alerta na Bahia: Vírus que causa bronquiolite cresce e leva à internação de crianças
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Os dados são do boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e referem-se à semana epidemiológica de 2 a 8 de abril. São notificações de casos no sistema Sivep-Gripe, que inclui hospitais públicos e privados de todo o país.
Na Bahia, os números chamam atenção. Somente entre 1º e 13 de abril de 2023, foram 118 casos e dois óbitos pelo VSR. No panorama que detalha por município, Salvador lidera com 46 casos (38,9%), seguido por Vitória da Conquista com 20 casos (16,9%) e Jequié com 12 casos (10,1%). Os óbitos foram um em Salvador e um em Barra do Choça. Considerando os dados do estado em 2023, entre o dia 1º de janeiro e 11 de abril, houve a notificação de 1.938 casos de SRAG.
Dados preocupantes
Durante um evento que apresentou os dados do VSR na Bahia, realizado nesta terça-feira (25), em Salvador, a médica Thereza Paim, pediatra habilitada em UTI neonatal, coordenadora da Neonatologia da Maternidade José Maria de Magalhães Neto, falou sobre a preocupação com o número de casos.
“Há um aumento súbito importante, especialmente este mês. São notificações da SRAG e, em torno de tudo isso, sabemos que tem mais bebês que estão com o vírus, ficam adoecidos, mas que acabam, ou não tendo acesso ao hospital, ou passando apenas por um pronto atendimento. Então, há um número muito maior além do que estamos apresentando. Por isso, precisamos ter o entendimento de que o vírus está circulando e que ele pode levar a um desfecho muito ruim, como a ocorrência do óbito, especialmente em bebês menores de 1 ano”, alertou.
Em 2021 e 2022, já havia sido verificado o aumento do número de casos de SRAG ocasionados pelo vírus sincicial respiratório, em comparação com os dois anos anteriores. No ano passado, tivemos um total de 696 casos, com 14 mortes, enquanto em 2021 foram 470 casos, com 15 óbitos.
“Vendo como a Bahia está representada nesses dados, a gente observa, primeiro, que estamos conseguindo evoluir com relação às notificações, o que é muito importante, e depois, a presença do vírus [VSR] circulando. Isso porque, claro, porque sabemos que há um período de sazonalidade, que aqui na Bahia, é muito predominante entre março e junho, atingindo principalmente as crianças menores de 4 anos, especialmente as menores de 1 ano”, ressaltou Paim.
Segundo a médica, é importante levar esses dados à população, para falarmos sobre as formas de prevenção e como evitar mortes. “Esses números não são um alerta para gerar pânico. Estamos falando de um vírus que já existe, que já sabemos da sua sazonalidade. O que precisamos chamar atenção é que os mecanismos de prevenção são os mesmos que aprendemos durante a pandemia, e que valem para todos os vírus que atingem o trato respiratório. Há, de fato, a percepção de aumento dos registros, inclusive com óbitos – dois somente nesse mês -, portanto, é momento de focar no cuidado com as nossas crianças que estão em escolas e creches, ou que têm irmãos mais velhos em casa”, reforçou.
Fonte: Stephanie Suerdieck