Alunos do Antônio Vieira encenam Lula, Dilma e Haddad como presidiários
Colégio informou ao bahia.ba que estudantes contrariaram regra contra manifestações político-partidárias em suas dependências
Alunos do Colégio Antônio Vieira, tradicional instituição de educação jesuíta de Salvador, publicaram em suas redes sociais uma imagem em que simulam os petistas Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Fernando Haddad com presidiários. De joelhos, eles estão diante da figura do presidente Jair Bolsonaro (PSL). A foto foi postada no stories do Instagram de um dos quatro rapazes que protagonizaram a cena.
Ao bahia.ba, a instituição de ensino confirmou que o registro foi feito nesta quarta-feira (24), durante um ensaio para uma atividade a ser desenvolvida pela turma do 3º ano. Informou, porém, que os quatro estudantes contrariaram orientação expressa que proíbe manifestações de cunho político-partidário em suas dependências (leia mais abaixo).
Na imagem que circula nas redes sociais, um dos rapazes aparece usando uma máscara com o rosto de Bolsonaro, de terno preto, e segurando um objeto em que simula ser uma pistola. Também faz o sinal de arma, gesto adotado por bolsonaristas.
Mais à frente, os outros três colegas estão com uniformes de presidiário e vestem máscaras alusivas a Lula, Dilma e Haddad.
Sem se identificar, uma professora do Vieira disse que a foto é “chocante”. A gente sabe que, com polarização politica no país, muitos estudantes estão sendo incentivados a disseminar o ódio a violência, ou seja, não estão sendo incentivados a discutir, a debater as questões politicas do país de uma forma saudável, que um diálogo consegue estabelecer”, lamentou.
Alunos e pais convocados
Procurada, a assessoria do Colégio Antônio Vieira informou que os quatro alunos quebraram uma regra que veda quaisquer manifestações de orientação político-partidário em ambiente escolar.
A instituição disse que a foto foi feita no mesmo dia em que os estudantes realizavam uma “prévia” de uma futura apresentação, intitulada “Mico” –na qual utilizam fantasias e exploram temas diversos.
Afirmou, entretanto, que o grupo registrou a imagem no momento em que se arrumava e não chegou a circular publicamente.
“Os quatro alunos não desfilaram na escola nem participaram do evento fantasiados. Temos uma equipe que os fiscaliza, mas são cerca de 300 alunos, muitas turmas. Ainda assim, foram de encontro a uma orientação da escola com um ato sobretudo que não cabe esse momento”, disse a assessoria.
A instituição informou que, após o episódio, se reuniu com os estudantes para tratar do caso.
Os pais e responsáveis também serão chamados para uma conversa.