Após briga, Moro deixa audiência na Câmara e é chamado de ‘fujão’
Tumulto começou quando o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) chamou o ministro de “juiz ladrão”
A sessão conjunta, que reuniu três bancadas na Câmara dos Deputados, para ouvir explicações do ministro da Justiça, Sérgio Moro, sobre mensagens atribuídas a ele e divulgadas pelo site The Intercept, foi encerrada na noite da terça-feira (2) depois de uma confusão entre deputados.
A briga começou após cerca de oito horas de reunião, depois que o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) ofendeu Moro. O parlamentar afirmou que “a história não absolverá” o ministro, que será lembrado “pelos livros de história como o juiz que se corrompeu, como um juiz ladrão”.
A fala de Braga gerou revolta de deputados que apoiam Sergio Moro. Parlamentares e assessores, então, cercaram a mesa da presidência da reunião.
Moro deixou o colegiado e se dirigiu a uma sala destinada à presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A deputada Professora Marcivania (PCdoB-AP), que presidia a sessão, encerrou os trabalhos.
Depois que Moro saiu da sala, alguns parlamentares da oposição chamaram o ministro “fujão”.
O que disse Moro
Quando estava na audiência, Moro reiterou que o conteúdo publicado pelo Intercept pode ter sido editado.
“O que existe é um escândalo fake já afundando. Meu depoimento é igual ao do Senado porque reflete a verdade”, disse Moro. “Não reconheço, mais uma vez, a autenticidade de um material que não tenho. O que se tem presente é que não tem nada ali de conteúdo ilícito”, completou Moro.
O ministro argumentou que não conduz nenhuma investigação da Polícia Federal sobre eventual ataque hacker aos celulares dele e de procuradores da Lava Jato. Moro, no entanto, acompanha o caso como vítima.
“O que eu observei, no entanto, é que essas mensagens, quando foram divulgadas, foram divulgadas com grande sensacionalismo e com deturpação do sentido delas por esse site. Alguns outros veículos de comunicação embarcaram nesse sensacionalismo e me parece que as coisas estão paulatinamente sendo colocadas no devido lugar”, argumentou.
Fonte: Bahia.ba