Castração química de estupradores ‘não é a solução’, diz Damares
Método, no entanto, é defendido pelo presidente Bolsonaro, autor de um projeto de lei sobre o tema à época em que era deputado federal
A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, afirmou que a castração química para estupradores não resolve o problema de abusos sexuais praticados contra crianças e adolescentes. O método, no entanto, é defendido pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), autor de um projeto de lei sobre o tema à época em que era deputado federal.
“Castração química não resolve. Temos algumas propostas na Câmara e no Senado caminhando, mas não resolve. Por quê? A pessoa que comete a violência contra a criança, a castração química vai tocar em um único órgão, mas ele tem a mão, ele tem o pau, ele tem a madeira, tem a garrafa. Temos crianças que estão sendo abusadas com garrafas no Brasil”, declarou a ministra durante entrevista a Olga Bongiovanni, na Rede TV.
Embora veja a castração química como caminho, Damares diz que implementá-la “não é a solução”.
Segundo dados do Atlas da Violência 2018, 50,9% das vítimas de estupro no Brasil são crianças de até 13 anos. Dentre elas, 30% dos crimes são cometidos por pessoas conhecidas.
“Vamos ter que trabalhar uma geração inteira”, disse Damares.
Em entrevista concedida em dezembro do ano passado ao portal UOL, Damares detalhou ter sido vítima de uma série de estupros quando era criança.