Chapas de governo e oposição quase no mesmo ponto, por Raul Monteiro* Foto: Montagem Política Livre

 

Há certo paralelismo temporal na situação de governo e oposição com relação à montagem de suas respectivas chapas à sucessão estadual na Bahia. A despeito de estar, como se diz, no controle, ou seja, no comando do governo, Rui Costa (PT) posterga o quanto pode a oficialização dos outros três membros do time com que pretende disputar a reeleição, em outubro, a despeito de todos saberem quem são eles: o vice-governador João Leão (PP), que vai jogar na mesma posição, e o ex-governador Jaques Wagner (PT) e o presidente da Assembleia, deputado Angelo Coronel (PSD), que deverão sair ao Senado.

Agora, o novo prazo dado pelo governador para formalizar quais serão seus companheiros de chapa é a primeira semana de junho. Embora por motivos ligeiramente diversos, o pré-candidato do DEM ao governo, José Ronaldo, deve também definir por esse tempo, mas não muito depois o mesmo assunto. Na verdade, Ronaldo aguarda a manifestação de apoio do pré-candidato do PSDB, João Gualberto, ao seu nome até esta sexta-feira para ter sua vida facilitada no sentido de montar a própria chapa com que pretende concorrer ao governo. De certo ao seu lado, só há o deputado federal Jutahy Magalhães Jr., que vai concorrer a uma das vagas de senador.

A vice e a outra posição disponível ao Senado na chapa do democrata ainda serão objeto de futuras negociações cujo prazo de conclusão ainda não se sabe qual será, mas seguramente não poderão demorar muito, principalmente depois que o governador definir seu time. Até lá, a sabedoria política recomenda que Ronaldo terá que resolver estas questões, negociando as indicações a partir do peso de cada um dos partidos da base oposicionista de forma a conter disputas que possam atrapalhá-lo, como a registrada na semana passada entre o PSC e o PRB pela segunda vaga de senador.

O curioso é que os entendimentos entre PSDB e DEM que permitirão a Ronaldo concorrer como candidato único das principais forças que apóiam o prefeito ACM Neto (DEM) em Salvador não incluirão o MDB, partido importante do arco de alianças oposicionistas com, inclusive, posições na administração municipal. Isso não preocupa, no entanto, o pré-candidato do partido ao governo, João Santana, ex-ministro aliado de longa data da família Vieira Lima rapidamente escolhido pelo deputado federal Lúcio para não deixar a legenda sem representação na batalha da sucessão estadual.

A pré-campanha de Santana andava fria até agora, com risco de ser mais bombardeada do que favorecida pela permanência do presidente Michel Temer (MDB) como candidato à reeleição no páreo, mas o seu recuo em favor da candidatura de seu ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, deu repentino ânimo aos emedebistas baianos. Eles acreditam que não há reparos à vida pregressa do ex-ministro e que ele tem um legado a defender, a despeito de a situação econômica continuar crítica depois de um pequena melhora, que pode ajudar João Santana como candidato ao governo. É aguardar para ver.

Fonte:Politica Livre

* Artigo do editor Raul Monteiro publicado originalmente na Tribuna.

 

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