A campanha de Jair Bolsonaro pretende usar massivamente nas redes sociais e na televisão as imagens da delação de Antonio Palocci, em que o ex-ministro acusa Lula e o PT de terem praticado atos de corrupção.
Serão usados ainda dados de investigações e processos do ex-ministro José Dirceu e do ex-tesoureiro João Vaccari Neto.
O objetivo é martelar a mensagem de que “a corrupção voltará” com o PT. A aposta da campanha bolsonarista é que, ao ser relembrado das suspeitas ou das condenações petistas, o eleitor irá aumentar sua rejeição a Lula.
Além disso, o ex-ministro afirmou que as doações de empreiteiras durante as eleições eram na verdade propina pagas em retribuição a contratos com a Petrobras.
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Em relação ao triplex, Lula foi condenado pelo então juiz Sergio Moro, da 13ª Vara da Justiça Federal em Curitiba, a 9 anos e 6 meses de prisão, no âmbito da Lava JatoRafaela Felicciano/Metrópoles
Lula foi considerado culpado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em julho de 2017. Em 2ª instância, o TRF-4 estipulou pena de 8 anos e 10 meses de reclusãoReprodução
Segundo as acusações, Lula ocultou a propriedade, no litoral paulista, que teria sido recebida como propina da empreiteira OAS, em troca de favores na Petrobras
O triplex do Guarujá tem 297 metros quadrados, quatro quartos (sendo duas suítes), piscina, churrasqueira e até elevadorReprodução
Lula ficou preso pelo período de 580 dias por essa condenação. Foi a primeira vez na história que um ocupante da Presidência foi condenado por um crime comum no Brasil
O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e a Frente Povo Sem Medo ocuparam em abril de 2018 o triplex. Depois de três horas, o grupo deixou pacificamente o prédioReprodução/redes sociais
Em 2018, o imóvel foi leiloado e comprado pelo empresário brasiliense Fernando Costa Gontijo. Ele ofereceu o único lance, de R$ 2,2 milhões (valor mínimo)O ex-presidente foi solto em novembro de 2019, depois de o STF proibir a prisão imediatamente após condenação em segunda instância
No início de 2021, o então ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, decidiu anular todos os processos envolvendo Lula, no âmbito da força-tarefa em Curitiba.
O STF entendeu que os processos contra Lula deveriam ser enviados e analisados pela Justiça Federal de BrasíliaDaniel Ferreira/Metrópoles
Na sua delação, Palocci citou uma reunião de que teria participado em 2010 com Lula, Dilma e o ex-presidente da petroleira, José Sergio Gabrielli. Nela, Lula teria solicitado que a Petrobras encomendasse a construção de 40 navios-sondas, o que irrigaria os cofres do PT com dinheiro de propina.
Parte do conteúdo da delação de Palocci foi tornado público às vésperas do primeiro turno das eleições de 2018 pelo então juiz Sergio Moro, que em seguida se tornou ministro de Bolsonaro.
Com isso, surgiram as suspeitas de uso político da delação por Moro. O STF acabou determinando em 2020 que o conteúdo dela não poderia ser usado no processo que investigava a doação de um terreno pela Odebrecht para construção do Instituto Lula.
Além disso, ao investigar o que foi dito na delação, a PF concluiu que os únicos fatos que corroboravam as acusações do ex-ministro eram notícias de jornal.
Fonte: Metrópoles