convivência moderna exige acomodações genéricas.
Artigo: POLÍMATAS
A convivência moderna exige acomodações genéricas. Sendo a língua viva com a evolução tecnológica palavras novas são inseridas no linguajar cotidiano. A internet e o celular se encarregam do resto. Está se tornando difícil acompanhar a leitura de um texto nos jornais, em virtude de palavras estranhas ao nosso idioma que são encontradas, dificultando a compreensão de seu conteúdo, para quem não é versado no assunto, grande parte deles de orientação técnica. O que me leva a perguntar qual a l&ia cute;ngua falarão meus bisnetos? Provavelmente, com a evolução do tempo, ao invés de poliglotas, terão que ser polímatas, pois as novas palavras se referem aos mais diversos e variados temas. Hoje com tanto recurso tecnológico, obriga as pessoas a fazerem uma análise retrospectiva para se aquilatar aonde chegariam vultos como Thales de Mileto, Demócrito de Abdera, Galileu, Copérnico e até mesmo o vetusto e visionário Ptolomeu, com a sua miopia geocêntrica. E Leonardo da Vinci, considerado o mais completo polímata, pois sabia e dominava tudo; engenheiro, pintor, matemático, professor, físico e naturalista, que era. Criador como nunca houve outro igual. Pois a criatividade humana não tem limites. No momento, está ocorrendo, mundo afora exposições comemorativas dos “500 anos de Um Gênio”, sobre Leonardo da Vinci, em São Paulo e em Paris. Igual aos antigos habitantes de Alexandria, no Egito onde se encontrava Erastóstenes, o homem que descobriu ser a terra redonda, observando apenas varetas e o brilho da luz solar no fundo de um poço, em Siena, determinado dia do ano, sem deixar sombra. Lá também viveu uma mulher extraordinária chamada Ispathia, que por ser mulher e inteligente, astrónoma e matemática, ciências proibidas para mulheres, foi morta pela inveja e intolerância. E os monges que escreveram a bíblia, se fosse hoje, jamais cometeriam a estupidez de colocar a terra no centro do universo, um inexpressivo e insignificante planetinha, ajoujado a uma estrela sem tanto brilho como o sol, situada na periferia de uma das milhares de galáxias, como atesta Carl Sagan, ao afirmar que existe mais estrelas no firmamento do que grãos de areia encontrados em todas as praias da terra. A partir do momento da descoberta do fogo e como conservá-lo, da invenção do arado, do uso do vento em suas primitivas velas dos barcos, começou o homem a inventa como encontrar facilidades, sem esforços. É o ser humano sumamente preguiçoso, por isso, talvez, invente. Assim evitará esforços desnecessários, posto que outros, além das máquinas, farão o restante. Dai a Revolução Industrial ter dado o primeiro passo rumo ao infinito. Mas tudo começou mesmo pra valer depois da segunda guerra mundial. Depois de 1950 os fatos aceleraram sobretudo, nos costumes e inv entos, até mesmo nos referentes à saúde como vacinas, medicamentos, transplantes, enfim, tudo. Vieram os transportes, as viagens interespaciais para provar não só, ser a terra redonda como ela “é azul”. A chegada à lua. A internet, o GPS, e o celular com suas múltiplas funções, fazendo com que o mundo se apequene, distancias encurtem com mensagens e fotos enviadas simultaneamente, tornando a intimidade das pessoas restritas, é a presença do Grande irmão preconizado por George Orwell, o que tem acarretado congestionamento na justiça com direitos feridos requerendo reparações e indenizações.
A própria cultura está influenciando de maneira decisiva a nossa evolução. E essa influencia será cada vez mais importante no momento em que a tecnologia avançar ainda mais.
Ainda estamos nos adaptando ao mundo ao nosso redor. Muitas adaptações e surpresas virão. Afinal, não somos liliputianos.
É claro que não deixamos de evoluir e nunca deixaremos enquanto continuarmos sendo espécie na Terra, diz o paleoantropólogo espanhol Bermúdez de Castro.
Salvador, 23 de novembro de 2019
Ary Moreira Lisboa
Advogado