Coronavírus: entenda como álcool e maconha minam saúde do corpo

Consumir as substâncias pode prejudicar o sistema de defesa e também agravar a Covid-19 caso o paciente seja infectado

PALOMA A., UNSPLASH

A pandemia mundial devido ao novo coronavírus tem deixado as pessoas mais vulneráveis a aumentar o consumo de bebidas alcoólicas por conta das incertezas em relação ao futuro. No entanto especialistas garantem que o consumo excessivo de bebidas afeta o sistema imunológico, ou seja, deixa o corpo mais vulnerável.

“Uma das principais células atingidas pelo consumo crônico do álcool são os linfócitos, causando tanto a sua ativação quando a sua ‘morte programada’, a apoptose. Consequentemente, o uso abusivo afeta uma de nossas principais linhas de defesa, o que aumenta a predisposição a diversos tipos de infecção, incluindo as virais”, explica a infectologista Ana Helena Germoglio.

Ela lembra que não existe nenhuma quantidade de álcool considerada “segura” para consumo, muito menos para uso diário. “Alguns estudos afirmam que os pequenos benefícios do consumo diário de álcool são superados pelo risco aumentado de outros danos à saúde, como as doenças renais ou hepáticas”, pontua.

Maconha
Há ainda os que optam pelo uso da maconha para aliviar o estresse durante a pandemia. A pneumologista pediatra e mestre em medicina pela USP, Claudia Lidroneta, lembra que o uso da erva está associado à inflamação das grandes vias aéreas, à obstrução pulmonar e à bronquite crônica.

Esses danos provocam sintomas semelhantes aos de pacientes com a Covid-19, como tosse seca, o que pode dificultar o diagnóstico da doença. Claudia Lidroneta lembra, no entanto, que a tosse seca do uso constante de cannabis e tabaco é de natureza crônica e que a doença pulmonar da Covid-19 tem natureza aguda.

Não existe ainda um estudo que relacione o uso de cannabis à infecção pelo coronavírus, mas a pneumologista explica que os processos inflamatórios causados pelo uso da droga podem aumentar as chances de complicações na presença de doenças infecciosas agudas como a Covid-19.

“Já foi demonstrado que a fumaça da combustão da maconha contém muitas das mesmas toxinas irritantes e agentes cancerígenos que a fumaça do tabaco. Além do que, os fumantes de maconha tendem a inalar mais profundamente a fumaça e prender a respiração mais tempo do que os fumantes de tabaco, o que leva a uma maior exposição.”

Fonte: Metrópoles

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