Datafolha: 4 em 10 não conseguem citar medida positiva de Bolsonaro
Foto: Marcos Correa / Divulgação
Jair Bolsonaro
Para 4 a cada 10 brasileiros, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) não fez nada de muito positivo ou que mereça destaque em seus seis meses de governo. O cenário está em levantamento do Datafolha feito nos dias 4 e 5 de julho. Incitados a responder livremente (não foram dadas opções) o que o presidente teria feito de melhor até então, 39% dos entrevistados responderam “nada”. Esse percentual sobe para 45% entre mulheres e pessoas com apenas o ensino fundamental, para 46% entre negros, para 47% no Nordeste, para 52% entre adeptos de religiões de matrizes africanas e para 76% entre quem avalia o governo como ruim ou péssimo. Entre os que afirmam que votaram em Bolsonaro no segundo turno, 17% disseram não ter nada a destacar de muito positivo. Dos entrevistados que responderam, 8% consideram que houve avanços na segurança, 7% mencionaram a reforma da Previdência, 4% afirmam que houve combate à corrupção e 4% citaram os decretos de flexibilização do posse e porte de armas. O fim do horário de verão foi apontado por 1%. Os que mais se referiram à segurança como o melhor do governo foram os homens e habitantes do Norte e do Centro Oeste (11%) e os partidários do PSDB (20%). Por outro lado, quando questionados o que Bolsonaro teria feito de pior, 18% disseram que nada. Esse número passa para 22% entre os evangélicos, para 24% na região Sul, para 25% entre os amarelos e os que têm 60 anos ou mais e para 36% entre os que avaliam o governo como ótimo ou bom. Os decretos das armas aparecem em primeiro lugar entre as iniciativas ruins, mencionados por 21% dos entrevistados. O repúdio é maior entre os negros (25%), quem avalia o governo como ruim ou péssimo (27%) e espíritas (28%). Logo em seguida na lista de piores medidas vêm reforma da Previdência (12%) e imagem pública (9%) —este último quesito inclui declarações consideradas desnecessárias, uso de palavras ofensivas, postura em relação aos filhos e articulação política.
Folha de S. Paulo