Duas mil pessoas são evacuadas após vazamento em obra de transposição do rio S. Francisco
Localizada no Ceará, Barragem Jati faz parte de trecho inaugurado em junho pelo presidente Jair Bolsonaro.
Cerca de 2.000 pessoas tiveram de ser evacuadas na madrugada deste sábado (22), após um vazamento nas proximidades da Barragem Jati, que fica no município de mesmo nome, na região sul do Ceará (cerca de 530 km de Fortaleza). Segundo o jornal Folha de S. Paulo, na sexta-feira (21), o incidente se deu por causa do rompimento em uma obra que faz parte do Eixo Norte do Projeto de Integração do rio São Francisco, inaugurado no último dia 26 de junho pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
De acordo com a Folha, o MDR (Ministério do Desenvolvimento Regional) havia divulgado nota informando que o vazamento estava contido. “A situação no local está estabilizada após o fechamento da comporta”, dizia o texto. “Equipes técnicas da pasta mantêm os trabalhos em campo para verificar danos à estrutura e avaliar necessidades de reparos.”
Durante a noite, porém, os habitantes cujas casas ficam num raio de 2 km da barragem começaram a ser avisados da evacuação por meio de carros de som. Ainda segundo a reportagem, alguns também foram procurados diretamente em casa por profissionais da Defesa Civil e da operadora do reservatório.
Os moradores estão sendo levados para hotéis, pousadas e alojamentos na região. Outros preferiram ir para casas de parentes e amigos que moram mais distante da barragem.
De acordo com o MDR, a medida é preventiva e segue o Plano de Ação Emergencial do empreendimento. “A prioridade é garantir a segurança da população”, diz o órgão. “Apesar de o vazamento já ter sido contido, existe a dificuldade de avaliação técnica da estrutura, por conta da falta de iluminação neste momento”
Segundo a Secretaria de Recursos Hídricos do Ceará, a Barragem Jati atingiu nesta semana 27.293 milhões de metros cúbicos (98,5 % da capacidade total).
Na última quinta-feira (20), foi feito o acionamento das comportas do reservatório para que ele começasse a abastecer o Cinturão das Águas, que levará as águas do rio São Francisco até o Açude Castanhão, que abastece Fortaleza e outras cidades próximas. A operação ainda estava em teste.
Fonte: Bahia.ba