É preciso evitar que conflito entre Israel e Hamas se alastre, diz Lula na Cúpula dos Brics

Presidente criticou ‘paralisia’ do Conselho de Segurança da ONU e voltou a apontar ‘urgência de reforma’

Jamile Amine
Foto: Ricardo Stuckert/ PR

 

Durante a Cúpula Virtual Extraordinária do Brics, realizada nesta terça-feira (21) para discutir a situação emergencial na Faixa de Gaza, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a defender uma trégua humanitária e expressou preocupação com a possibilidade do conflito entre Israel e o Hamas se alastrar entre os países vizinhos.

“Devemos atuar para evitar que a guerra se alastre para os países vizinhos. É valiosa e imprescindível a contribuição do BRICS, em sua nova configuração, junto a todos os atores em favor da autocontenção e da desescalada. O Brasil não acredita que a paz seja criada apenas pela força das armas. Temos longa experiência nacional que reforça nossa fé na paz criada por uma justa negociação diplomática”, declarou o mandatário, que classificou como “fundamental” acompanhar a situação dos assentamentos israelenses ilegais na Cisjordânia e pregou o “reconhecimento de um Estado palestino viável, vivendo lado a lado com Israel, com fronteiras seguras e mutuamente reconhecidas” como “única solução possível”. Em sua fala, Lula destacou ainda que desde o início da guerra “o Brasil condenou de maneira veemente os ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro contra o povo israelense”, que resultaram na morte de três brasileiros e reforçou que em várias ocasiões também reiterou “o chamado pela liberação imediata e incondicional de todos os reféns”. Ele ponderou, entretanto, que os “atos bárbaros” do Hamas “não justificam o uso de força indiscriminada e desproporcional contra civis”, referindo-se à ofensiva de Israel. “Estamos diante de uma catástrofe humanitária. Os inocentes pagam o preço pela insanidade da guerra, sobretudo mulheres, crianças e idosos. O elevado números de mortos — mais de 12.000 pessoas, sendo 5.000 crianças — nos causa grande consternação. Há ainda 29.000 feridos e 3.750 desaparecidos, dos quais muitos são crianças”, lamentou o presidente, que apontou “paralisia” do Conselho de Segurança das Nações Unidas em mediar uma solução duradoura para o conflito, que em sua visão “é mais uma demonstração da urgência da sua reforma”.

“Só em 15 de novembro último, mais de 40 dias depois do início dos conflitos, o Conselho de Segurança finalmente aprovou uma Resolução que foca em um dos objetivos mais essenciais de toda ação humanitária: a proteção de crianças. Neste momento, o desafio é fazer com que a trégua humanitária determinada pela Resolução seja implementada imediatamente. Novamente, a credibilidade das Nações Unidas está em jogo”, avaliou Lula, prometendo que “o Brasil seguirá pronto a apoiar todas as iniciativas que levem a uma solução política para esse conflito”.

 

Fonte: Bahia.ba

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