Ex-advogado de Flávio ligado às ‘rachadinhas’ teve promoção relâmpago na Caixa
Oito meses após ser ingressar no banco, o salário de Botto Maia passou de R$ 3 mil para R$ 14 mil, um aumento de 367%
Ex-advogado do senador Flávio Bolsonaro (PL), filho “01” do presidente Jair Bolsonaro (PL), no caso das “rachadinhas” e acusado de ajudar na fuga de Fabrício Queiroz (PTB), Luis Gustavo Botto Maia teve uma evolução meteórica na carreira na Caixa Econômica.
Segundo informações da Folha de S. Paulo, ele conseguiu uma promoção “relâmpago” do Rio de Janeiro para um cargo em Brasília, com apenas oito meses de trabalho no banco. Aprovado em um concurso para técnico bancário em 2014, ele começou a trabalhar em uma agência em Jacarepaguá, na capital fluminense, em abril de 2021.
Em novembro do ano passado, oito meses depois de iniciar a carreira na Caixa, ele foi transferido para ocupar a Diretoria Executiva de Marketing e Relacionamento Institucional, em Brasília, como substituto de assessor executivo. Com a mudança, seu salário subiu de R$ 3 mil para R$ 14 mil, um aumento de 367%.
Ainda de acordo com a publicação, apesar dos sistemas internos indicarem que Botto Maia está lotado na agência original, ele não dá expediente no local desde 2021. “Uma oportunidade surgiu e eu me enquadrava no perfil”, justificou o advogado, que nega ingerência de Flávio Bolsonaro na promoção.
Luis Gustavo Botto Maia foi investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) no caso das “rachadinhas” no gabinete de Flávio. Ele foi acusado de obstruir a investigação e destruir provas, assinando registro de pontos de funcionários fantasma de forma retroativa, para atrapalhar a apuração dos fatos.
“Botto Maia extrapolou todos os limites do exercício da advocacia e passou a atuar de forma criminosa, em cumplicidade com funcionários da Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro), para obstruir a atuação da Justiça mediante adulteração de provas relevantes à investigação da organização criminosa”, diz a denúncia.
Além disso, o MP-RJ acusou Botto Maia de ajudar na fuga de Queiroz, quando o ex-assessor de Flávio Bolsonaro foi encontrado em uma casa de Frederick Wasseff, advogado da família Bolsonaro, em Atibaia (SP).
Fonte;Folha de S. Paulo