‘Futebol é um meio onde a corrupção se desenvolveu muito’, diz especialista

Segundo a psicóloga e doutora em psicanálise, Camila Novaes, a corrupção está ligada à natureza humana

[‘Futebol é um meio onde a corrupção se desenvolveu muito’, diz especialista]
Foto : Tácio Moreira / Metropress

Por Adelia Felix

A psicóloga e doutora em psicanálise pela University Of Essex (Inglaterra), Camila Novaes, autora da tese “Corrupção no Brasil: uma visão da psicologia analítica”, disse, à Rádio Metrópole, nesta terça-feira (20), que o futebol é um terreno fértil para corrupção.

“É um meio onde se desenvolveu muito [a corrupção], mas, principalmente, porque tem algumas características brasileiras que se fundem ou que se misturam com nosso jeito de jogar futebol. A malandragem, o drible, a tentativa de ser mais esperto, o roubar de uma bola, tudo isso é como a gente se comporta em relação à corrupção”, explicou em entrevista ao Jornal da Cidade.

Ao ser questionada se ‘a jogada’ em campo era permitida, a especialista avaliou. “A gente já viu que nosso jeitinho brasileiro de jogar já não é mais tão valorizado, aquele floreio, como é valorizada a técnica alemã. No 7 a 1 isso ficou bem claro. Nosso drible não funcionou. A técnica superou”.

A psicóloga também afirmou que durante seu estudo, ela constatou que a corrupção está presente em todos os países, mas ponderou. “A diferença é o grau de maturidade com que a gente lida com esse problema. Mesmo o país mais limpo, hoje em dia é a Dinamarca, eles também têm corrupção. Só que ela não está entranhada e não gera tanto problema como aqui. Lá, uma das grandes características é a confiança entre as pessoas”.

Na oportunidade, Camila afirmou também que corrupção está ligada à natureza humana. “As pessoas dizem que a corrupção no Brasil começou em 1500. Desde lá a gente vem vivenciando, aprendendo o jeito e dando nossas cores. Corrupção é da natureza humana. Por mais que ganhe tons diferentes, ela sempre existiu. Não dá para dizer que não tinha corrupção entre os índios, por exemplo. A gente traz essa herança e vai modificando com o nosso jeitinho”.

Fonte: Metro 1

 

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