Hidroxicloroquina não diminui mortalidade por coronavírus, revela mais um grande estudo
Pesquisadores também observaram maior frequência de eventos cardíacos nos pacientes que tomaram a droga e azitromicina.
Um dos maiores estudos feitos até o momento mais uma vez não encontrou redução de mortalidade pelo novo coronavírus entre pessoas que foram medicadas com hidroxicloroquina (com e sem associação com azitromicina).
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, a pesquisa com 1.438 pacientes foi publicada na segunda (11) na revista Jama (Journal of the American Medical Association), um dos principais períodos médicos do mundo. Isso significa que o estudo passou por revisão de outros cientistas não envolvidos nas análises em questão.
Na última semana, outra grande pesquisa, com 1.376 pacientes de Nova York, publicada no The New England Journal of Medicine, outro respeitado periódico científico, também apontou que não foram encontradas evidências de que o uso da hidroxicloroquina influenciaria na redução de mortes ou intubações.
Os pesquisadores focaram dados de pacientes aleatórios com confirmação de Covid-19 que foram internados em 25 hospitais da área metropolitana Nova York entre 15 e 28 de março. Tiveram acesso também a informações sobre demografia, doenças preexistentes, sinais vitais e exames de imagem de tórax —dados que ajudam os cientistas a identificar elementos que pudessem influenciar no resultado.
Com os pacientes selecionados, os pesquisadores os dividiram em quatro grupos de tratamento: um deles que recebeu hidroxicloroquina e azitromicina; outro que tomou só hidroxicloroquina; um com terapia só com azitromicina; e, finalmente, um quarto que não foi medicado com nenhuma dessas drogas.
Foram analisados 735 pessoas que receberam hidroxicloroquina e azitromicina (dos quais quase metade iniciou o uso das drogas antes ou de modo concomitante ao uso de ventilação mecânica), 271 só hidroxicloroquina, 211 só azitromicina e 221 nenhuma dessas drogas.
Os dados dos pacientes foram acompanhados até 24 de abril, data na qual 45 pessoas ainda estavam hospitalizadas.
Com essas informações em mãos, os cientistas analisaram a mortalidade dos pacientes. Cerca de 25,7% das pessoas que foram medicadas com a associação de hidroxicloroquina e azitromicina morreram, assim como 19,9% das que tomaram só hidroxicloroquina, 10% das que foram submetidas a tratamento só com azitromicina e 12,7% das que não tomaram nenhuma dessas drogas.
Mesmo com as aparentes diferenças de mortalidade, ao fazer ajustes para equilibrar a análise (levando em conta elementos como gravidade da doença e condições de saúde preexistentes), os pesquisadores concluíram que os resultados foram similares entre os grupos, ou seja, não foram encontradas diferenças significativas de mortalidade entre quem tomou as drogas e quem não as recebeu
Fonte: Bahia.ba