Imagens mostram Natália se afogando no Lago Paranoá
Investigações descartam a tese de homicídio. Advogada da família da jovem acredita que corpo foi arrastado do lago
Vinte e três dias após o corpo de Natália Ribeiro dos Santos Costa, 19 anos, ser encontrado no Lago Paranoá, o Metrópoles teve acesso às imagens da universitária e do jovem suspeito dentro do espelho d’água. Elas foram captadas pelas câmeras de segurança do Clube Almirante Alexandrino. As fotos, que constam no laudo pericial do vídeo, mostram a movimentação dos dois e o momento em que a vítima se afoga.
Natália foi encontrada morta no lago no dia 1º de abril. A família da vítima acredita que houve um crime e que o garoto que estava com ela tem participação em um suposto homicídio. As investigações policiais, no entanto, caminham para afogamento e descartam a tese de assassinato.
Em 31 de março, a universitária participava de um churrasco no clube. A gravação analisada pelos peritos do Instituto de Criminalística mostram Natália descendo um barranco correndo, às 18h16. O rapaz a segue. Os dois param à beira do lago. Um minuto depois, entram na água, até o joelho, e ficam um de frente para o outro.
Em seguida, eles caem em um declive, com cerca de 3 metros de profundidade. O rapaz submerge primeiro. Três segundos depois, Natália afunda e não volta mais.
Os registros mostram que o jovem sai do lago, fica olhando como se estivesse procurando a estudante. Ele vai até o parquinho onde ambos estavam anteriormente. Volta para o espelho d’água, começa a nadar, não encontra Natália e sai correndo. Confira:
Imagens mostram Natália se afogando no Lago Paranoá
P2 volta a entrar no lago Reprodução
O jovem morador da Asa Norte (P2) imerge
P2 desloca-se pelo lago parcialmente submerso Reprodução
Em seguida, sai da água. Neste momento, não há mais sinais de Natália Reprodução
A primeira foto mostra um movimento na água onde P1 (Natália) havia imergido. O jovem, identificado como P2, vai para região próxima da margem do lago e fica em péReprodução
A próxima foto mostra que não há mais movimento na água Reprodução
O jovem (P2) fica abaixado e, em seguida, desloca-se pela água Reprodução
P2 volta a entrar no lago Reprodução
O jovem morador da Asa Norte (P2) imerge
P2 desloca-se pelo lago parcialmente submerso Reprodução
Em seguida, sai da água. Neste momento, não há mais sinais de Natália Reprodução
Depois, mudou a versão. Admitiu que entrou no lago com a jovem. De acordo com a defesa do rapaz, as inconsistências nos dois depoimentos prestados por ele são por que, no primeiro, na 6ª DP, ele estava sob “muita pressão”.
Imagens mostram Natália se afogando no Lago Paranoá
Facebook/Reprodução
Reprodução
Facebook/Reprodução
Reprodução
Advogados discordam
Procurada pela reportagem, a advogada Juliana Zappalá Porcaro Bisol, que defende a família de Natália, acredita que, apesar de as imagens não mostrarem, há indícios de que o jovem arrastou o corpo da vítima com o objetivo de escondê-lo.
“O laudo cadavérico diz, diversas vezes, que o corpo é arrastado. Os peritos também constataram lesões na face dela. Conseguimos um novo vídeo que mostra o rapaz em uma lanchonete exibindo a mordida que Natália lhe deu no braço e simula gestos de socos. Possivelmente, estava relatando o crime aos colegas. A junção desses fatos nos faz acreditar que houve um homicídio. Também queremos entender o motivo desse vídeo da lanchonete não ser objeto de investigação da polícia, que insiste em dizer que é um mero acidente”, declarou.
Confira o vídeo citado pela advogada:
O defensor público Carlos André Praxedes, que acompanha o caso a pedido da família do rapaz, afirmou que não vai se manifestar até a conclusão das investigações da 5ª Delegacia de Polícia (Área Central). No entanto, em ocasiões anteriores, ele disse que os laudos produzidos pela PCDF comprovam que o jovem não matou a estudante de letras.
Entorpecentes
Exames toxicológicos mostram que Natália Ribeiro dos Santos Costa consumiu álcool e drogas 24 horas antes de morrer afogada. Segundo o laudo, foi comprovado o uso de ecstasy, cocaína e anfetaminas pela jovem.
Ela tinha 0,7 g/l de álcool no sangue. Os peritos não conseguiram dosar a quantidade de entorpecentes que a universitária consumiu. O documento do Instituto Médico Legal (IML) reforça a hipótese de afogamento e afasta a possibilidade de que tenha ocorrido um homicídio.
Portanto, o caso pode ser relatado sem o indiciamento do jovem de 19 anos, morador da Asa Norte, investigado pelo crime. Ele não passou por exame toxicológico. Os investigadores, no entanto, afirmam que as provas indicam que o suspeito estava embriagado no dia em que Natália se afogou.
Fonte: Metrópoles