Jornalista torturada pelo ex-namorado volta a receber ameaças via celular
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Ao portal Universa, Ana Luiza afirmou que recebeu duas ligações do número que pertencia a Fred Henrique Lima Moreira. Segundo a jornalista, as ligações começaram no último final de semana.
“A primeira [ligação] não falou nada e a segunda eu ouvi uma mensagem robótica que dizia: ‘Retire a queixa, retire a queixa’. Senti um medo absurdo”, disse Ana Luiza ao portal. Ela afirmou que relatou o ocorrido aos investigadores da 12ª Delegacia Policial (Copacabana), onde o caso foi registrado.
Fred Moreira foi detido por tentativa de feminicídio, estupro, cárcere privado e tortura. Ele manteve a ex-namorada presa por três dias em um apartamento, onde a torturou e agrediu com um cassetete e um soco inglês. Ana Luísa conseguiu fugir do imóvel e precisou permaneceu internada por cinco dias no CTI (Centro de Tratamento e Terapia Intensiva). Ainda no hospital, ela chegou a receber ameaças do agressor por um aplicativo de mensagens.
“Quando ele foi preso, o celular ficou na casa dele. Eu não sei quem pode ter feito isso. Eu sei que um amigo dele pegou o celular e acredito que tenha entregado para o pai, para a família. A Thaís (mãe do filho de Fred) me procurou e garantiu que ela não tem nada a ver com isso”, disse Ana Luiza.
Para Ana Luiza, Fred é um homem vingativo. Ela, no entanto, não sabe se, de alguma forma, ele conseguiu acesso a um celular. “Eu estou conseguindo reconstruir minha vida, estou voltando ao trabalho, conseguindo tirar o que aconteceu como foco da minha cabeça, e isso acontece. Eu estou acabando de consertar o que foi quebrado, finalizando o lado clínico, e o pesadelo não acabou, é fogo”, acrescentou.
Ana Luiza é uma das brasileiras que tenta reconstruir a vida após um episódio de violência contra a mulher. Segundo segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, só no ano de 2021 cerca de 17 milhões de mulheres foram vítimas de violência no Brasil. Nem todas conseguiram seguir a vida. Na Bahia, por exemplo, 32 mulheres foram vítimas de feminicídio desde o início de 2022 até o mês de maio. É como se a cada quatro dias uma mulher baiana perdesse a vida pelo simples fato de ser mulher.
Movimentos feministas e organizações de defesa à mulher continuam se perguntando até quando isso vai acontecer. O Grupo Metropole se junta a eles e, a partir desta semana, lança, junto com uma série de reportagens sobre feminicídio, o movimento #MetaAColher, para que os próximos anos não sejam de violência para mulheres baianas e brasileiras.
Fonte: Metro 1