Juíza autoriza saída de Lula da prisão para ir ao velório do neto de 7 anos
Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
O ex-presidente Lula com o neto Arthur Araújo Lula da Silva
Advogados do PT disseram ter recebido a informação da Polícia Federal de que a juíza Carolina Lebbos, responsável pela execução da pena do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vai liberá-lo para ir ao velório de seu neto Arthur, de 7 anos, que morreu nesta sexta-feira, 1º, em decorrência de uma meningite meningogócica. Em nota, o governo do Paraná confirmou o pedido da PF para deslocar Lula a São Paulo e afirmou que o governador Ratinho Jr liberou uma aeronave oficial para a viagem. A força-tarefa do Ministério Público Federal na Operação Lava Jato já se manifestou favoravelmente à ida do ex-presidente ao velório. Segundo os advogados, a defesa de Lula cogitava fazer o pedido diretamente ao Supremo Tribunal Federal, mas desistiu depois de ser informada de que a juíza já havia feito uma comunicação informal à PF sobre a liberação do ex-presidente. PF e Justiça Federal não se pronunciaram sobre o assunto até o momento. De acordo com os advogados petistas, a juíza está conversando com integrantes da PF e do Ministério Público Federal sobre a forma como será feita a liberação. Eles lembram que o STF já havia liberado Lula para ir ao enterro do irmão Vavá, em janeiro, mas com uma série de imposições. Na época, o ex-presidente recusou a proposta do ministro Dias Toffoli, presidente do STF, que anunciou a decisão quando o sepultamento de Vavá já estava em andamento. Arthur vai ser cremado neste sábado, 2, ao meio dia no Cemitério da Colina, em São Bernardo do Campo. Segundo o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, a prioridade neste momento é a família de Arthur. “Se o pessoal tiver o mínimo de bom senso Lula vai poder se despedir do neto e depois volta para a cadeia”, disse Okamotto. Setores da polícia esperam que, caso a Justiça autorize a saída do ex-presidente da superintendência de Curitiba, onde está preso desde abril, a decisão leve em conta o modelo estabelecido pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, no caso da morte de Genival Inácio da Silva, irmão do ex-presidente, em janeiro. Pela decisão de Toffoli, Lula só poderia se encontrar com familiares numa unidade militar. Na avaliação de agentes federais, a segurança de Lula só será garantida, agora, se a homenagem ao neto por parte do ex-presidente ocorrer em um lugar fechado. Eles consideram um risco o ex-presidente ir ao cemitério ou outro local de acesso ao público – especialmente de militantes do PT e partidos adversários. Lula foi informado da morte do neto por Sandro Luis, que teve autorização da Polícia Federal para conversar por telefone com o pai.
Estadão Conteúdo