Neto alerta que votando em Bolsonaro anti-petista pode eleger Haddad
Foto: Metropress/Arquivo
Prefeito ACM Neto diz que impeachment de Dilma Rousseff acabou recolocando PT no jogo
O prefeito ACM Neto, presidente nacional do DEM e coordenador nacional da campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência, admitiu hoje que o candidato do PT a presidente da República, Fernando Haddad (PT), já está no segundo turno das eleições. Em entrevista à Rádio Metrópole, pela manhã, ele reconheceu que o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) colocou os petistas de volta ao jogo. “O impeachment acabou sendo uma oportunidade de o PT limpar um pouco sua imagem, conseguiu construir um discurso, passou a ter uma narrativa, a do golpe. Depois que Dilma saiu da Presidência, isso permitiu que o PT conseguisse juntar o eleitor mais tradicional e a gente chega agora nesse momento dividido entre esses dois polos. […] As pessoas que não querem o PT têm que acordar para a seguinte realidade: se votar em Bolsonaro, no segundo turno ele perde para Haddad”, alertou. Ele destacou, no entanto, que Alckmin venceria o petista no segundo turno. “Já Geraldo Alckmin ganha [de Bolsonaro]. As pesquisas mostram isso. Então, não tenho absolutamente nada do ponto de vista pessoal contra Bolsonaro, a questão não é essa, a questão é: olhando o quadro hoje, muitas pessoas se aproximaram do Bolsonaro não porque simpatizam, mas porque querem derrotar o PT. Mas votar em Bolsonaro pode significar o retorno do PT a Presidência”. Para Neto, a popularidade de Haddad se deve ao desempenho do partido no Nordeste. “Acho que vai ter mais de 35% dos votos válidos aqui. Sempre nós olhamos que a tendência é que um campo político, o campo da esquerda ou centro esquerda, colocasse um nome, aí você tem duas alternativas, Haddad ou Ciro Gomes (PDT), e o campo da direita ou centro direita, Alckmin e Bolsonaro. Haddad veio comendo os votos da Marina e ele começa a tirar os votos do Ciro, Bolsonaro estacionou”, analisou. Durante a entrevista, Neto, que foi também vice-presidente da Câmara dos Deputados, falou da convivência de uma década com o presidenciável do PSL, que está há 28 anos no Congresso e é acusado de ter só apresentado dois projetos no período. “Fui colega de Bolsonaro na Câmara. Não posso falar nada do ponto de vista pessoal, mas durante 10 anos no Congresso, não vi o deputado apresentar nenhuma proposta importante. Ele podia ter feito algo impactante, inclusive na área de segurança pública. Ele, que é do Rio de Janeiro, um dos estados mais violentos do Brasil. Ele acaba representando uma parcela da sociedade que está pê da vida com os políticos, que não quer nem saber. Eu entendo essa postura do eleitor, tenho percebido isso nas ruas. A gente vê que essa campanha é muito mais fria. As pessoas estão de saco cheio quando ligam a televisão para ver o horário eleitoral: ‘Alí ninguém presta’. Porém, a gente corre o risco de viver um segundo turno de extremos esquerda e direita: Bolsonaro e Haddad”, afirmou. “Vai acontecer muita coisa nessas duas semanas. Ontem ouvi um comentário de Marcia Cavallari, do Ibope, e a gente percebe que mais de 40% do eleitor pode mudar seu voto, faltando 15 dias. O eleitor está despertando para o debate agora. Não dá pra fazer uma escolha baseado em dois episódios emocionais. Não pode ser entre a prisão e a facada. Tem que ser uma coisa racional”, afirmou.
Fonte:politica Livre