PF abre Lava Jato 60, faz buscas contra Aloysio e prende operador do PSDB

Foto: Dida Sampaio / Estadão

Aloysio Nunes Ferreira

A Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Receita abriram nesta terça-feira, 19, a Operação Ad Infinitum, 60ª. fase da Laja Jato. O ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, apontado como operador da Odebrecht e do PSDB, foi preso. O ex-ministro Aloysio Nunes Ferreira (Governo Temer/Relações Exteriores) é alvo de buscas. Em nota, o Ministério Público Federal informou que a operação aprofunda a investigação ‘de um complexo esquema de lavagem de dinheiro de corrupção praticada pela Odebrecht, que envolveu os operadores Paulo Vieira de Souza, Rodrigo Tacla Duran, Adir Assad e Álvaro Novis, que mantiveram relações pelo menos entre 2007 e 2017’. As transações investigadas superam R$ 130 milhões, que correspondiam ao saldo de contas controladas por Paulo Vieira de Souza na Suíça no início de 2017. Um total de 46 policiais federais cumprem 12 mandados de busca e apreensão e uma ordem de prisão preventiva nas cidades de São Paulo, capital, São José do Rio Preto, Guarujá e Ubatuba. O alvo é um operador financeiro já indiciado em outras fases da Operação Lava Jato e suspeito de ter fornecido grande parte dos recursos para a empresa. Os mandados foram expedidos pela 13ª. Vara Federal de Curitiba-PR. Em nota, a PF informou que o objetivo foi apurar a existência de um complexo e sofisticado método de lavagem de dinheiro envolvendo o repasse de quantias milionárias ao chamado Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, por meio da atuação de operadores financeiros, entre os anos de 2010 a 2011, para que a empresa irrigasse campanhas eleitorais e efetuasse o pagamento de propina a agentes públicos e políticos aqui no Brasil. O nome da operação remete ao fato de o caso parecer tratar de mais uma repetição do modo de atuação de alguns integrantes da organização criminosa, remetendo a um ciclo criminoso que nunca termina. Também foi determinada ordem judicial de bloqueio de ativos financeiros dos investigados. As investigações tiveram início a partir de depoimentos e colaborações colhidas dos próprios funcionários da Odebrecht e de doleiros investigados em fase anteriores da operação e permitiu apurar que, entre os anos de 2010 e 2011, um dos investigados mantinha em território brasileiro cerca de R$ 100 milhões em espécie, relativamente aos quais, conseguiu, ao longo deste período, repassar ao Setor de Operações Estruturadas da empreiteira, a fim de possibilitar que esta fizesse caixa para financiamento de campanha eleitorais e pagamento de propina a agentes públicos. “Para tanto, a fim de ver recebido o dinheiro de volta, após o empréstimo ilícito, o investigado principal se valeu de cooperação de operadores financeiros que atuavam lavando dinheiro devolvidos pela Odebrecht através de empresas e contas no exterior que passavam assim a justificar os recursos usados indevidamente”, afirma a nota da PF.

Estadão

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