Por “governabilidade”Bolsonaro diz ser “obrigado” a aliar-se ao Centrão
Presidente defendeu aproximação do governo com bloco e disse que com o apoio de 150 deputados “não vai a lugar nenhum”
“Tirando partidos de centro e esquerda, sobrariam 150 deputados, e com 150 não vou a lugar nenhum. A minha aproximação com os partidos de centro é pela governabilidade, eu sou obrigado a fazer isso aí”, declarou o mandatário.
Ao comentar a aproximação do governo federal com o bloco partidário na quinta-feira (22/7), Bolsonaro já havia defendido o Centrão e dito que ele mesmo integrou legendas que fazem parte do grupo quando era deputado.
“A palavra Centrão é pejorativa. Eu fui do PP por aproximadamente 20 anos. Os partidos de centro têm na ordem de 200 parlamentares, se alijar esses 200, eu fico com 300. Desses 300 que sobram, tem metade que é o PT, PCdoB, PSol, Rede, Cidadania, que não tem nada de afinidade conosco e sempre votaram contra a gente e até contra a LDO”, explicou o chefe do Executivo federal na ocasião.
O presidente foi alvo de críticas após as declarações, já que, durante a campanha eleitoral, dizia que o Centrão era a reunião do que “há de pior no Brasil”. O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) reagiu por meio de uma publicação no Twitter dizendo que “nada como um dia após outro”.
Ciro Nogueira na Casa Civil
As justificativas da aliança com o Centrão ocorrem após a manobra política anunciada pelo chefe do Executivo nesta semana. Bolsonaro pretende realizar uma reforma ministerial e colocar o senador Ciro Nogueira (PP-PI) como ministro da Casa Civil. Também será criado um novo ministério, do Emprego, para acomodar Onyx Lorenzoni.
“A questão do Ciro Nogueira vir para o nosso governo, obviamente, a medida provisória está pronta, mas só vou mandar para publicação depois de conversar com Ciro Nogueira. Ele não está em Brasília, retorna na segunda-feira. Vou conversar com ele, falar quais são os limites e fazer essa proposta”, disse o mandatário nesta sexta.