“Tentamos salvar o Rhuan”, diz pai de menino esquartejado pela mãe
Segundo a polícia, depois de matarem Rhuan a facadas, as mulheres esquartejaram a criança e tentaram queimar partes do corpo na churrasqueira da casa onde moravam. Elas ainda tentaram se desfazer do corpo, colocando pedaços em uma mala e duas mochilas. Os restos mortais de Rhuan foram localizados em dois endereços: no lote onde a mãe e a companheira dela moravam, na QR 619 de Samambaia (DF), e na via pública da QR 425, em frente à Creche Azulão, onde Rosana largou a mala. Ela foi vista por pessoas que estavam em um campo de futebol: desconfiadas da atitude da mulher, tarde da noite, as testemunhas acionaram a polícia.
“Quando vi as fotos delas [das acusadas] eu não queria acreditar”, disse Maycon, por telefone, ao Metrópoles. Foi a primeira vez que ele comentou a perda brutal do filho. Ele soube do crime na manhã deste sábado, quando o pai o acordou. “Eu não queria acreditar. Pensei que era mentira”, resumiu.
Desempregado, o pai do menino ainda não sabe como vai fazer para viajar para o Distrito Federal e cuidar da liberação e sepultamento do corpo do menino. Entre momentos de silêncio seguidos por soluços, Maycon Douglas contou à reportagem como a família dele fez buscas pela criança levada pela mãe em 2015. “A gente postava no Facebook fotos e as pessoas indicavam onde ele estava. Tentamos salvar o Rhuan”, garantiu.
Buscas pela criança
Foi assim que ele soube que o filho e a mãe – sua ex-mulher – havia passado por Goiânia e Anápolis (GO). Seu pai, e avô do menino, Francisco das Chagas de Castro, de 63 anos, viajou do Acre para Goiás em janeiro de 2017, mas não encontrou o neto.
Ainda segundo Maycon, a mãe do menino não apresentava nenhuma personalidade violenta antes de fugir com a criança. “Ela sumiu. Eu queria ver meu filho, mas ela não permitia”, disse.
Isso ocorreu após Rosana conhecer Kacyla Priscyla, em uma igreja evangélica. “Elas se conheceram e começaram um caso. Depois fui embora, mas sempre voltava para ver meu filho, brincar com ele. Pouco tempo depois elas sumiram”, detalhou o homem. Segundo os investigadores da 26ª Delegacia de Polícia de Samambaia, onde o caso é apurado, as mulheres, Rhuan e a filha de Kacyla, de 8 anos, viviam de forma quase clandestina no DF.
Para Maycon, a Justiça não fez nada para salvar a vida do filho. “Nós buscamos ajuda na polícia, no Conselho Tutelar, ligamos para todos os lugares possíveis”, lembra. “Nosso advogado conseguiu um mandado, mas ninguém parecia querer ajudar a gente”, ressaltou. Pedidos de informações sobre o paradeiro da criança também foram postados na internet (veja galeria abaixo):
“Tentamos salvar o Rhuan”, diz pai de menino esquartejado pela mãe
Maycon com o filho: dois anos de buscas pelo meninoFoto cedida ao Metrópoles
Veja imagens do local da tragédia e da apuração do homicídio:
Maycon e Rosana ficaram dois anos casados. “O casamento acabou e ela ficou morando com a minha família. Eu fui embora quando descobri que ela tinha um caso com a mulher que ela conheceu na igreja e depois causou tudo isso [o crime]”, acusou.
Sem emprego, Maycon, que mora na periferia de Rio Branco (AC), pede ajuda para conseguir dinheiro. “Quero viajar para Brasília e dar para o meu filho um enterro digno. Aqui, ele vai ser sepultado pelas pessoas que o amam. Vai ser aplaudido por ter sido nosso guerreiro”, disse. “Sobrou apenas o sorriso dele”, completou o pai, desolado.
Rosana e Kacyla estão presas. Durante interrogatório (veja vídeos abaixo), nenhuma teria demonstrado arrependimento. Elas supostamente admitiram não ter a guarda das crianças e haver fugido do Acre sem conhecimento dos pais de Rhuan e da filha de Kacyla. Viviam escondidas. Para não chamar atenção, os filhos não iam à escola havia cerca de dois anos. Após a descoberta do assassinato de Rhuan, a filha da companheira da mãe do garoto foi encaminhada a um abrigo no DF.
Veja o que a mãe, Rosana Auri da Silva Candido, disse sobre o assassinato:
Veja depoimento da companheira da mãe, Kacyla Priscyla Santiago Damasceno Pessoa: