VISÕES PRECONCEITUOSAS DISTORCIDAS
A semana que se passou foi repleta de agradáveis surpresas.
Inicialmente, tivemos a oportunidade de participar da outorga do merecido título de cidadão estanciano ao jovem Fabio Silveira, pela Câmara de Vereadores da cidade de Estância. Homenagem prestigiada pela população daquela auspiciosa cidade, que não permitiu que um lugar sequer de seu auditório permanecesse vazio, obrigando muitas pessoas amigas de Fábio desejosas de compartilharem da solenidade a permanecer de pé aglomerados nos corredores e até mesmo fora do recinto, pois embora ,seja o salão, grande ficou pequeno. Na ocasião ouviu-se grand es preleções sobre a personalidade do homenageado, com falas eloquentes com respeito ao vernáculo, fato raro hoje em dia, que com o advento da internet e outras novidades, novo ensino surgiu com nova nomenclatura do modo de falar de escrever. Estas são causadas pela evolução dos tempos, pois sendo a língua viva, não pode parar de desenvolver incorporando novos termos, sobretudo o inglês, assim como, outras línguas que se foram, morreram – o latim principalmente, logo, logo ocupará o lugar vago, se é que já não o ocupa ha muito tempo.
E as surpresas agradáveis, prosseguiram, com a ida de todos para a linda e hospitaleira Maceió, para a comemoração dos sessenta anos de idade do querido José Anísio Barreto, que por ser meu genro, se julga o “30 de fevereiro”, agora ao completar sessenta anos compenetrou-se que poderá usar e abusar do foro privilegiado de não ingressar em fila, estacionar em local proibido, prerrogativas dos que entraram na casa dos “enta”. graças ao senador Valadares, autor da lei dos idosos. para tanto se fez acompanhar de uma agradável trupe at&eac ute; ao majestoso e caro Ritz Hotel[, onde nos ajoujámos, foram os seguintes ajoujados, além de Anísio:, Maria Helena, minha filha, a promotora, seu filho Fernando, Maria Amélia, a médica e futuro esposo dr, Oderlan, Cândida, a advogada e o esposo dr. Roberto e a bela filha Malu, filhas de anisio.
Mas as agradáveis surpresas não se arrefeceram, pois tive a felicidade de encontrar com Eunice Oliveira, lembranças de tempos áureos, quando jovem e interna no colégio São José, lá aos pés da colina sagrada de Senhor do Bonfim, em Salvador, nos idos de 1959/60, me fazia passar por seu irmão Adalberto, meu amigo de saudosa memória, para que pudesse ela usufruir de momentos alegres pelas ruas de Salvador, acompanhada de nossa amiga Margarida Crusoé, lá de Nazaré das Farinhas, aliviando um pouco do claustro do internato. Hoje, com cabelos encanecidos, ai nda não foi apagada do marasmo que nos espera depois de alguns janeiros vividos. Foi possível ainda vislumbrar aquela vivacidade e inteligência que a pátina do tempo não foi capaz de apagar. como prova disso apresentou-se com sua vivíssima filha Elma, que em apenas alguns minutos de conversação comprovou o futuro que dela se esperava para transmitir aos filhos todos os ensinamentos herdados de seu velho pai e meu querido amigo sr. Manoel Rodrigues, irmão do sr. José Rodrigues fazendeiro do municipio de Medeiros Neto, no córrego da batateira, amigos fraternos de meu pai Sady Teixeira Lisboa, desde longas datas, lá de Almenara, Minas Gerais.
Tive um amigo, Renério Rossi, descendente de italianos, em São Paulo, que sempre que o visitava em Monte alto, cidade próxima de Araraquara e Ribeirão Preto, onde tinha fazendas, era ele plantador de mamão na Bahia e laranja, em São Paulo. Percorríamos a região com ele gritando: “isso aqui é primeiro mundo baiano”. Uma forma que os paulista carregam como mantra para chasquearem dos nordestinos. Gostaria de convidar os paulistas para visitarem o nordeste, onde o historiador paraibano de Campinas Grande Bráulio Tavares exemplificou, em versos, o que significa o nordeste, “in nordeste independente”. Aqui temos tudo que o “primeiro mundo” que Renerio Rossi apregoava: estradas duplicadas por ele abençoadas, grandes escolas, Hotéis internacionais como o Ritz mencionado em filmes, principalmente a lembrança nada dignificante do extermínio do jornalista sergipano, Rosendo de Souza Brito e seu tio, que teve a audácia e ousadia de fundar o primeiro jornal de Araraquara, em 1897, sendo mortos violenta e covardemente. Dignificando Araraquara com o epíteto degradante de “linchaquara”. Vultos consagrados pelo mundo afora que não fazem com que soframos invejas, deles sulistas. aqui tivemos, entre outros Deodoro da Fonseca, que se não fosse ele, talvez, os paulistas não estariam hoje, surfando no “primeiro mundo baiano”, e ainda, Floriano Peixoto, Jose de Alencar, Gonçalves Dias, Clovis Bevilacqua, Pontes de Miranda, Teixeira de Freitas, Celso Furtado, Ruy Barbosa, Graciliano Ramos, Rachel de Queirós, Dias Gomes, Jose Lins do Rego, Ariano Suassana, Anisio Teixeira, Castro Alves, Manuel Bandeira, Augusto dos Anjos, Josué de Castro, Tobias Barreto, Silvio Romero, Helio Silva, Joel da Silveira, ministro Ayres Brito, Assis Chateaubriand, Juarez Távora, Rogaciano Leite, Joana Anjelica, d, Helder Câmara, Francelino Pereira, Jose Sarney, Collor de Melo, Lula, Paulo Gracindo, Chico Anysio, Didi, Zumbi dos Palmares, Antonio Conselheiro, e Jajaraca, da dupla Jararaca e Ratinho, o autor da famosa música “mamãe eu quero”. Haja espaço para enumerá-los, vide Academia Brasileira de letras iluminada de estrelas nordestinas. E, para o cumulo da humilhação, como prova de que ser ”primeiro mundo” não é tudo, o nordeste apesar da despeita dos sulistas preconceituosos, sectários e inconsequentes, pode se jactar neste imenso país continental, e no mundo, que é o protagonista da primeira santa do brasil “IRMÃ DULCE DOS POBRES” baiana, nordestina, portanto. Bem como, o “mar salgado” de Fernando Pessoa, onde predominam praias paradisíacas, tais como: Itapoan na Bahia, Atalaia em Sergipe, Iracema no Ceara, hibicus, Maceió. Em Recife e tantas outras onde se pode bronzear o corpo, (apesar de óleo clandestino), e saborear caju, carangueiro, água de coco. Com toda a suntuosidade sulista o atlântico privilegiou o nordeste. amem ! “ite missa est”. Desculpem mas a inveja mata!
Salão do saguão do Ritz Hotel Lagoa, Maceió, 28 de outubro de 2019 num domingo ensolarado agradabilíssimo , ao lado da piscina .
Ary Moreira Lisboa