A cada 9 minutos uma mulher é vítima de estupro no país

Entre janeiro e junho deste ano, 29.285 meninas ou mulheres foram vítimas de estupro no país.

Foto: Reprodução/Facebook
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Os registros de estupro de vítimas do sexo feminino avançaram 12,5% no primeiro semestre deste ano ante o mesmo período de 2021, conforme levantamento realizado pelo g1, GloboNews e TV Globo, com dados do  Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quarta-feira (7).

Segundo pesquisa, entre janeiro e junho deste ano, 29.285 meninas ou mulheres foram vítimas de estupro no país, cerca de um caso a cada 9 minutos.

No estudo, indica também que “os números parecem voltar aos padrões pré-pandemia”. “Em 2020, em especial nos primeiros meses de isolamento social, as notificações deste crime às autoridades policiais caíram substancialmente”, mostrou o relatório.

No mesmo período em 2019, o país teve 29.814 estupros ou estupros de vulnerável, já em 2020, foram 25.169; entre janeiro e junho de 2021, foram 28.035.

Ainda na avaliação, a diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e uma das autoras do estudo, Samira Bueno, informou que a o número de estupros a partir do maior isolamento social, decorrente da pandemia, deu-se muito provavelmente por meio do crescimento da subnotificação dos delitos dessa natureza.

“Se muitos estados criaram delegacias eletrônicas para garantir que vítimas pudessem fazer um registro de suas casas, sem se deslocar fisicamente para um equipamento público, quando a gente está falando de violência sexual, isso não é possível, porque a violência sexual exige necessariamente o exame de corpo de delito, você precisa passar por um IML”, declarou.

Além disso,  outro fator para Samira que ajuda a explicar a queda dos registros de estupro e de estupro de vulnerável, agora revertida, é o fechamento das escolas durante as fases mais agudas da pandemia de Covid-19.

“A maior parte das vítimas de violência sexual no Brasil são crianças ou meninas na pré-adolescência, com, no máximo, 13 anos. Com o fechamento das escolas, ficou mais difícil para essas crianças denunciarem, porque, muitas vezes, o profissional da educação, a professora percebe que a criança está com algum problema, que está com queda no desempenho escolar, que ela mudou o comportamento, que ela está chorosa, e é o próprio profissional de educação que avisa a família, porque esse é um abuso que geralmente acontece dentro de casa”, ressaltou.

Os dados compilados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública indicaram que em relação ao primeiro semestre de 2019, os estupros caíram 1,8% no país. Houve, no mesmo comparativo, queda em três regiões do país: Sul, com a maior recuo (19,1%); Centro-Oeste (- 7,6%) e Sudeste (- 2,8%). Já no Nordeste e no Norte houve um aumento no de 21,4% e 7,1%, respectivamente.

Fonte: g1, GloboNews e TV Globo

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